O último dia 28 de maio foi uma data muito especial para os IFB campi Ceilândia e São Sebastião. Quarenta e cinco mulheres foram certificadas como Doulas, um marco para o Instituto Federal de Brasília (IFB) e para a Rede Federal, visto ser o primeiro curso gratuito certificado por instituição federal de ensino. Parceria que deu certo entre o Instituto e a Associação de Doulas do Distrito Federal.

Mas você sabe o que é uma Doula? São profissionais que auxiliam as mulheres grávidas - dando suporte físico e emocional - na gestação, parto e pós-parto. São mulheres com um objetivo em comum: ajudar mulheres grávidas a ter momentos tranquilos, respeitosos e de comunhão com o seu próprio corpo, potencializando a força feminina de trazer um ser humano ao mundo.

A temática da humanização do parto, do combate à violência obstétrica, do respeito à mulher e à criança da gestação ao puerpério não é algo recente no Instituto e remonta ao curso de extensão coordenado pelas professoras Sylvana Santos e Êrika Cruvinel, juntamente com Rafaela Fernandes (educadora perinatal e, à época, coordenadora do grupo de apoio a gestantes, Ishtar). O curso Mulheres Cheias de Graça ocorrido no campus Gama e no campus São Sebastião, entre 2013 e 2014, foi um despertar para o assunto e rendeu muitos frutos.

Na esteira dessa iniciativa e com uma proposta ampla, a execução do curso de extensão para Formação de Doulas foi realizada nos campi São Sebastião e Ceilândia, de dezembro de 2016 a maio de 2017, totalizando 205 horas de aulas teóricas e prática supervisionada em Hospitais, na Casa de Parto e em Centros de Saúde.

A cerimônia de certificação, realizada na Câmara Legislativa, no último domingo, foi a culminância de outro importante momento, a realização da III Convenção Nacional de Doulas. O evento ratifica a importância dessa ocupação profissional na construção de uma gestação, parto e pós-parto respeitosos.

O diretor geral do campus São Sebastião, Fernando Silva ressaltou ser fundamental que toda mulher possa ter acesso a uma Doula no momento do parto e parabenizou toda a equipe, de ambos os campi, pela concretização do curso, reiterando o compromisso de promover novas parcerias. A docente Ednizia Kuhn, coordenadora do curso no campus Ceilândia, representando o diretor geral de seu campus, ressaltou a importância do curso em cidades como Ceilândia e São Sebastião e o forte impacto positivo da atuação dessa profissional na rede de saúde do DF. Relembrou sua própria experiência ao ser acompanhada por uma Doula, no nascimento do seu filho e instou as recém Doulas a exercerem sua profissão com zelo e dedicação.

Finalmente, a presidenta da Associação de Doulas do DF, Marilda Castro, evidenciou o pioneirismo do formato do curso, a riqueza de formar mulheres advindas da periferia e o sucesso da parceria com o IFB. Disse ainda que as doulas do Brasil estão ávidas por construir uma legislação que garanta sua atuação, sem entraves e, aproveitou o momento para entregar aos parlamentares um  Projeto de Lei Federal que trata da regulamentação da profissão de Doula.

Emocionadas e com muitas expectativas, as formandas comemoram esse momento com familiares, amigos e com seus próprios filhos, já que muitas só puderem fazer o curso em razão do acolhimento dado pelo IFB às crianças (em sua maioria bebês), possibilidade que estivessem presentes durante a realização das aulas. No domingo, eram muitas, a abrilhantar essa tão sonhada conquista: a mamar, engatinhar, andar, ensaiar as primeiras palavras, enfim, uma manifestação inequívoca que políticas públicas para as mães não podem prescindir da presença dos filhos.