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IFB e Revista Traços promovem Encontraços no Campus Brasília

Criado: Terça, 23 de Mai de 2017, 15h00 | Publicado: Terça, 23 de Mai de 2017, 15h00 | Última atualização em Quarta, 24 de Mai de 2017, 09h40 | Acessos: 1655

"Fiquei realmente invisível”. Assim começou o bate-papo entre o porta-voz da Cultura e professor de História Marcelo Oliveira, e o professor de Redação do Instituto Federal de Brasília, Fernando Grossi. A reunião abriu o Encontraços, evento realizado na última quinta-feira (18.05), no Campus Brasília, com a presença de mais de 50 pessoas. Marcelo falou de sua trajetória que vai de professor, por 16 anos, até hoje, quando luta para deixar de ser uma pessoa em situação de rua. Realidade que conheceu por causa “de drogas e de minhas escolhas”. Grossi contou sua trajetória como educador e falou sobre sua experiência, dizendo acreditar que a aprendizagem é uma troca de saberes entre professores e alunos.

O tema do encontro, organizado pelos educandos do curso de Eventos do IFB, foi “Profissão: Professor”. Entretanto, o debate foi muito além da educação, pois envolveu temas como solidão, drogas e violência policial contra pessoas em situação de rua. Falou-se, e muito, em como recuperar a autoestima, passo fundamental para que moradores em situação de rua superem a “invisibilidade social”. E Marcelo compartilhou um lado pouco conhecido quando se fala sobre a realidade das ruas: a solidariedade e o companheirismo. “Na rua, ninguém quer derrubar ninguém, a gente já tá derrubado”.

Hoje, o porta-voz da Revista Traços diz que esta nova vivência o ajuda no processo de recuperação de uma vida sem drogas, e o estimula a sair das ruas. “Eu não tô mais nas ruas, tenho uma escolha e um quarto. E minha escolha todos os dias, depois de vender as revistas, é pegar o ônibus e ir para casa”, afirmou. Diz, ainda, que pretende voltar a lecionar, pois se tornou professor inspirado por sua mãe, também professora. Para ele, “professor não educa. Professor instrui, rege conhecimento”, e complementa: “Não sou ex-professor; sou professor. Um médico não é ex-médico. Dizer que sou ex-professor é pegar meu diploma e rasgá-lo. ”

Grossi, educador há mais de 30 anos, ressaltou a importância da profissão: “O que me faz ensinar? Eu vi que reproduzir em sala os professores que foram grandes exemplos para mim poderia acabar desenvolvendo em alguém aquilo que eles criaram em mim: o gosto pela verdade; a necessidade de ver um ser humano em sala e não um aluno; a interação necessária entre conhecimento e saber.” 

O público saiu sensibilizado pela delicadeza do encontro, o cuidado com a organização do evento e as poesias que foram declamadas. Quem também emocionou foi o talento musical do porta-voz da Cultura Davi Santos que fechou a noite ao violão, cantando MPB. Esse foi o primeiro evento realizado pela parceria Eventos.IFB/Revista Traços. A proposta, e o desejo dos participantes, é que o Encontraços aconteça mensalmente, até o final do ano. “Ficamos muito satisfeitos com o resultado, esse é só o primeiro de muitos!”, concluiu a representante da Revista, Hellen Vaz.

EvenTraços

A realização do Encontraços faz parte do projeto “EvenTraços” que pretende ser um espaço para que os alunos experimentem propostas de temas variados e exercitem a criatividade e os conhecimentos adquiridos em sala de aula. 

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