Com exibição da batalha do passinho, Sernegra emociona ao trazer a reflexão sobre gênero e raça

Durante a abertura da Semana de Reflexões sobe Negritude Gênero e Raça (Sernegra) as poltronas do auditório do Cine Brasília estiveram lotadas para a exibição do filme “A batalha do passinho”. Logo pode-se perceber muitos risos e uma plateia emocionada ao final do documentário. Após a sessão, houve um debate com o diretor do filme, Emílio Roberto e os convidados Adriano de Angelis.

Participaram da solenidade de abertura que antecedeu a exibição do filme, o reitor substituto do IFB, Adilson César de Araújo, o pró-reitor de extensão, Giano Luís Copetti, o diretor-geral do Campus Brasília, Gustavo Felice, a representante da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Mônica de Oliveira e o assistente de produção do Cine Brasíila, Kakau Teixeira. 

“Quando a gente decidiu trazer a “Batalha do Passinho” para abertura do evento, nós tivemos uma inspiração, e só hoje tivemos noção do acerto que foi essa escolha. Ver a comunidade da Ceilândia vindo para cá assistir ao filme, a emoção deles, o Cine Brasília lotado numa quarta-feira a noite. A minha impressão foi de que valeu a pena cada madrugada acordada, cada minuto de trabalho”, disse a coordenadora-geral do encontro, Pollyana Maria.

Já a estudante de direito da UnB, Rebeca Religari, acredita que é muito importante a existência de meios que coloquem em pauta a questão de genêro e raça dentro do ambiente acadêmico. “O IFB está sendo precursor nesse tipo de trabalho dentro de uma instituição que é federal, que é pública, e isso é muito bacana”, compartilhou a estudante.

Para o reitor substituto do IFB, Adilson César de Araújo, é atribuição das instituições de ensino estruturar um currículo escolar que trabalha na perspectiva de construir e afirmar a diversidade e a pluralidade de vozes.

“A escola tem um papel fundamental na construção de identidades que valorizem a diversidade. A escola não pode negar e silenciar os subalternos, os negros, o idosos, as pessoas com necessidades especiais, os índios e os pobres. A escola, principalmente a escola pública, deve ser palco da democracia e da diversidade”, afirmou Adilson César.  

A batalha do passinho – Emílio Roberto, diretor do filme “A batalha do passinho”, disse estar muito honrado com o convite do IFB para participar da abertura do evento. Para ele, o Sernegra proporciona reflexões e temas muito importantes para a sociedade brasileira. 

“Tenho muito orgulho de poder dividir essas histórias que vivi com as pessoas que fizeram parte do filme. Espero que sirva para gerar reflexões dentro do Sernegra e que a gente possa mudar a sociedade gradativamente, e acho que o filme é uma contribuição para isso. Estou muito contente de estar aqui com vocês”, compartilhou o Emílio Roberto.

O diretor do filme ainda relatou como foi a sua experiência durante as gravações com os jovens da periferia. 

“Eu conheci o passinho em 2008, por meio do Youtube, e desde a primeira vez que eu vi o passinho eu acreditava que aqueles meninos mereciam ganhar a grande tela. Esse filme é o resultado de uma relação de um ano e meio com os garotos, que me ensinaram muito, por meio de sua vitalidade, criatividade e da forma como eles criaram um estilo de dança. Como eles criaram uma forma de propagar esse estilo dentro de um laboratório que é o baile funk do Rio de Janeiro, uma cultura que acontece há 40 anos lá, e que infelizmente sofre inúmeros preconceitos”, relatou o diretor.