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"É preciso entender que somos pessoas diferentes e as diferenças têm de ser respeitadas”

Criado: Quinta, 02 de Abril de 2015, 17h06 | Publicado: Quinta, 02 de Abril de 2015, 17h06 | Última atualização em Quinta, 02 de Abril de 2015, 17h45 | Acessos: 6506

Criação de um esteriótipo, preconceito e falta de informação. Essas são, ainda, as principais barreiras enfrentadas por pessoas incluídas no Transtorno do Espectro do Autismo e seus familiares. Nesta quinta-feira, 2 de abril, o mundo inteiro está realizando atividades de conscientização do Autismo, com o objetivo de incentivar a discussão na sociedade sobre o transtorno.
Dalmo e sua irmã Rilma
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, aproximadamente 70 milhões de pessoas têm autismo, o que representa 1% da população global. Um deles é Dalmo Pereira da Silva, 25 anos, que estuda o primeiro período do Curso Técnico em Eventos no Campus Brasília do IFB.

Como tantos outros alunos, o estudante acorda todos os dias às 6h da manhã e pega dois ônibus lotados para chegar até à instituição. Para ele, esse sacrifício compensa. “Eu gosto muito do IFB, de vir de manhã, para adquirir sabedoria. Sinto falta de quando não estou aqui e não gosto de chegar atrasado”, conta Dalmo.

O aluno teve seu primeiro contato com o Instituto em 2012, quando cursou – junto com a irmã – o curso de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ofertado por meio do Pronatec. “Depois de LIBRAS eu fiz Braille, no Campus Taguatinga Centro. Comecei Informática e agora estou no Curso Técnico de Eventos”, explica.

Dalmo – que possui extremas habilidades manuais e memorização de dados históricos – gosta de pinturas e músicas, além de fazer quadrinhos. O seu principal passatempo é pesquisar acervos digitais de jornais e ler reportagens das décadas de 60 e 70.

“A equipe pedagógica do Campus tem nos passado que a ideia é potencializar essas habilidades dele como memorização de dados históricos, desenho, pintura, música e trabalhos manuais. A sugestão de mudança de curso (do curso técnico de Informática para Eventos) foi justamente para que ele possa adquirir uma formação utilizando essas habilidades”, explica a irmã de Dalmo, Rilma Pereira.

Rilma conta que o desrespeito e desinformação sobre o transtorno ainda é muito grande na sociedade brasileira. “É preciso entender que somos pessoas diferentes e as diferenças têm de ser respeitadas. Ninguém pode julgar ninguém. É necessário perceber as diferenças e saber lidar com elas. O mundo precisa de mais respeito”, finaliza.

 

Ciclo de Palestras sobre a Educação Inclusiva

Com o objetivo de sensibilizar e refletir sobre as novas possibilidades educacionais, a Coordenação de Ações Inclusivas da Pró-Reitoria de Extensão do IFB organiza mensalmente palestras sobre o tema que pretende levantar o debate da questão.

No último dia 26, aconteceu a primeira edição do Ciclo que teve como tema “Autismo e Intervenção Pedagógica”.

“Como a maioria de nós não temos essa formação específica, a gente traz pessoas de fora para falar sobre o assunto e, juntos, construirmos novas possibilidades educacionais”, afirma Sylvana Karla Santos, coordenadora de Educação Inclusiva do IFB.

 

 

 

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