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Valeu, IFB! - De cobradora de ônibus ela se tornou técnica em química de multinacional

Criado: Segunda, 17 de Novembro de 2014, 12h12 | Publicado: Segunda, 17 de Novembro de 2014, 12h12 | Última atualização em Segunda, 17 de Novembro de 2014, 18h08 | Acessos: 3018

“Eu digo pra vocês, vale a pena estudar; o IFB não é só uma instituição de ensino, aquela coisa fria que muitas pessoas pensam. Os professores são maravilhosos, a equipe é maravilhosa, você pode contar com eles. E pra quem não tem nenhuma perspectiva, não tem profissão, poxa, tem tantos cursos grátis, tantas coisas que você pode buscar. Às vezes a gente reclama tanto e não está sintonizado no que realmente você pode aproveitar”. É o recado que passa Maria do Perpétuo Socorro, 47 anos, recém-formada no Curso Técnico em Química.

Maria do Perpétuo é a personagem de hoje do nosso “Valeu, IFB!”. Ela largou tudo, seu emprego de cobradora para cuidar de seu pai que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e que veio a falecer 6 meses depois.

Sem profissão e desempregada, aos 43 anos de idade Maria deu início ao seu curso técnico em Química no IFB, mas uma nova fatalidade a atingiu novamente, o falecimento de sua mãe.

E mesmo com a perda dos pais, Maria não desistiu de sua formação. Hoje ela é técnica em Química formada, trabalha em uma empresa multinacional, e o seu salário é o triplo do valor que recebia na época como cobradora.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com Maria do Perpétuo.

O que levou você a fazer um curso no IFB?

Eu era cobradora de transporte coletivo; eu trabalhava, mas não tinha profissão; tinha um subemprego que não ia me levar pra lugar nenhum. Mas, por forças de circunstâncias da época, tinha que trabalhar, não podia optar por estudar.

Meu pai sofreu um AVC que o deixou dependente total de ajuda das pessoas. Minha mãe, por ser mais idosa, não tinha condições de cuidar dele sozinha; então eu entrei em acordo com os meus irmãos, saí do emprego e fui cuidar do meu pai. Todo o meu projeto de vida era cuidar do meu pai. Me anulei; só que após seis meses meu pai faleceu, e eu pensei, e agora? Fiquei sem saber o que fazer, aliado a depressão, porque eu fiquei frustrada. E ainda tinha a minha mãe que precisava da minha ajuda.

Sem emprego e sem profissão, uma sobrinha me falou do IFB. Ela ia começar a fazer um curso no Campus Samambaia e me orientou a conferir os cursos no Campus Gama.  Entrei no site, vi os cursos, e entre todos, gostei do curso de técnico em Química. Me inscrevi e fui sorteada.

E como foi para você o início do curso?

Não foi fácil, eu tinha mais de 25 anos sem entrar em uma sala de aula, e estranhei basicamente tudo. A metodologia atual se chocou totalmente com a da minha época. Tive muita dificuldade, mas pensei: “não vou desistir, vou seguir em frente”.

E como foi quando sua mãe faleceu?

Passado o primeiro semestre, estava terminando o segundo, bastante animada, veio esse novo baque, minha mãe também faleceu. Aquilo para mim parecia ser o ponto final. Eu pensei em parar com tudo, a depressão voltou muito mais forte.

Meu pai e minha mãe se foram, vou fazer o quê? Vou só tentar sobreviver. Graças a Deus, minha família, minhas colegas de curso e meus professores maravilhosos me deram muita força e me ajudaram muito; eu continuei o curso mesmo sem forças.

E como você conseguiu esse emprego?

Depois que meu pai faleceu eu fui trabalhar com serviços gerais. E por meio do IFB, veio o estágio em uma multifuncional. Eles gostaram tanto do meu serviço que renovaram o estágio e, um pouco antes de me formar, eles me contrataram. Hoje sou técnica em Química contratada pela empresa.

Você já se imaginou técnica em Química alguma vez na vida?

Nunca tinha me visto como técnica em Química. No começo eu fiquei desanimada, tinha dificuldade no laboratório, eu queria ver logo a fumacinha subir, pegar fogo. Por meio do estágio eu consegui ver muito mais coisa na prática mesmo, e isso me fez gostar ainda mais do curso. Se eu tinha alguma dúvida de querer continuar o curso, a dúvida acabou ali. Pretendo fazer o superior, uma graduação em Engenharia Química.

Que recado você deixa para quem acabou de terminar o ensino médio e para quem já se formou há algum tempo?

Que não pare! Terminou o segundo grau, que você busque um curso técnico. Todo curso técnico dá um resultado imediato, tenho certeza. Porque o mercado está exigente e ele quer uma coisa mais rápida. Faça um curso técnico e depois um superior na área do técnico que cursou.

E para as pessoas que já terminaram há algum tempo, não pensem que não vale a pena. Vale muito a pena ter uma profissão. É super legal as pessoas me perguntarem qual é minha profissão e eu poder responder: técnica em química.

Todo mundo pode e deve aproveitar essas oportunidades que no meu tempo eu não as tive, no tempo “certo” como dizem por aí. Todo tempo é tempo, basta você focar naquilo que você quer. Cismar que quer uma coisa melhor, sem esquecer que não é fácil, mas é só focar naquilo que você quer e lembrar que vale a pena.

E por que você indica o IFB?

O IFB é uma instituição que eu só tenho coisas maravilhosas para falar. No começo não tinha toda essa estrutura que tem hoje, então eu vi esse Campus Gama crescer. E por meio dele eu cresci tanto na parte pessoal, quanto na profissional. Eu era uma pessoa bastante retraída; hoje sei conversar um pouco mais, sei me expressar, e isso eu aprendi aqui no IFB, com todas as pessoas, além dos professores.

Ao fim da entrevista, refazendo o caminho da saída, Maria se emocionou ao lembrar da sua época de aluna, de como foi difícil e de como valeu a pena.

 

 

 

 

 

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