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Saúde é bom, mas dá trabalho

Criado: Sexta, 13 de Abril de 2012, 18h16 | Publicado: Sexta, 13 de Abril de 2012, 18h16 | Última atualização em Quinta, 05 de Dezembro de 2013, 10h22 | Acessos: 2091

Os supersticiosos devem ter se persignado nesta sexta feira, 13.04, enquanto os adeptos do Dia do Beijo devem estar com os beiços doendo. Para o Instituto Federal de Brasília a data também não passou sem comemorações, mas nada de arrepios ou de splish-splash. Foi o momento de comemorar, com atividades e palestras, a Semana Nacional de Saúde e o dia Internacional de Combate ao Câncer, cujas datas originais coincidiram com os feriados da Páscoa e, por isto, foram adiados.


Em Planaltina, o campus mais antigo da rede federal candanga, o foco foi a Medicina Tradicional Chinesa, com apresentação de técnicas de acupuntura pelo enfermeiro e coordenador de pesquisa do campus, Carlos Almeida, professor de Enfermagem na Unieuro. A acupuntura, embora seja uma técnica milenar chinesa, vem sofrendo cerco jurídico-burocrático de algumas associações de médicos que querem transformá-la num privilégio e exclusividade, com a oposição do governo chinês, que vê na abordagem uma apropriação indébita equivalente, por exemplo, à tentativa japonesa de registrar o cupuaçu como produto e marca comercial do Japão.


Um calafrio

Carlos Almeida explicou que a acupuntura trabalha usando três conhecimentos, que se unem para explicar o organismo humano como um todo, holístico e indissociado de seu ambiente e carga genética. “É uma medicina dualista, que vê no YNG e no YANG um correspondente à condição primordial e essencial para a origem de todos os fenômenos naturais. Sua busca é por certo equilíbrio orgânico, sabendo que o equilíbrio total só pode ser obtido na morte, já que o organismo vivo varia e, junto, os seus ritmos”. Este equilíbrio que se busca, mas que não se deve alcançar plenamente devido à entropia, também foi abordado nos estudos neuronais de Sigmund Freud, que fala de equilíbrio de energia psíquica apenas em organismos mortos, em que se busca a morte.


“A energia que se quer equilibrar, ou manter dentro de parâmetros que não gerem nódulos capazes de promover a doença, é definido como QI (qui), CHI (tchi) ou TI. O QI simboliza todos os processos metabólicos do corpo. No YNG são listados os rins, o fígado, o coração, o baço, o pulmão e a circulação sexual. No YANG são percebidos a bexiga, a vesícula biliar, o intestino delgado, o intestino grosso e o triplo aquecedor”, explicou Carlos Almeida.


Além do dualismo taoista, a medicina chinesa utiliza os pentagramas dos cinco movimentos (fogo, madeira, água, metal e terra), em que são vislumbrados os meridianos e os processos evolutivos da natureza e do universo e, para completar o tripé teórico, a filosofia propedêutica do ZANG FU, que analisa órgãos e vísceras como órgãos maciços ou ocos. Esse conjunto mostra os fluxos de energia que transitam pelo corpo, energia que pode ser medida por quaisquer aparelhos de medição eletromagnética. Para realizar o diagnóstico, são utilizados três procedimentos: inspeção, interrogação e apalpação.


“Na inspeção o terapeuta analisa a íris, a língua e o corpo, em busca de sinais que aprendeu a identificar no curso que realizou. Na interrogação o terapeuta conversa com a pessoa e aplica  questionário que lhe permite conhecer melhor os hábitos de vida e, na apalpação, são buscados os sinais vitais da pessoa a partir de seu pulso esquerdo e pulso direito”, observa o professor e enfermeiro.


O material utilizado no atendimento – intervenções nos fluxos de energia a partir de pontos mapeados ou meridianos – é composto por agulhas esterilizadas de vários tamanhos (ou laser, quando se trata de bebês), moxa (um “charuto” de artemísia, cuja brasa é aproximada dos meridianos para promover o aquecimento local), e semestres e esferas que são aplicados nos meridianos auriculares (na orelha, pavilhão interno e externo). Essas intervenções promovem ou sedam os fluxos de energia.


Carlos aplicou a técnica em servidores do IFB e nos alunos do curso Técnico em Agropecuária, Daniel Souza e João Paulo Novais. O primeiro aluno suportou bem a novidade até que a acupuntura chegou à sua cabeça, quando a reação orgânica foi semelhante a uma queda de pressão, dada a ansiedade com que encarava as agulhas em seu corpo. João Paulo não só gostou como incentivava os colegas a participarem da demonstração. Joice Santos, enfermeira do Campus Planaltina,  ofereceu-se para a técnica da moxa. Mas não gostou do cheiro de incenso do “charutão”. Tirando a ansiedade dos novatos, tudo transcorreu como se se tratasse de uma aula demonstrativa.


Além dessa atividade, o IFB marcou o transcurso das duas datas, Dia da Saúde e Dia Contra o Câncer, com palestra sobre alimentação saudável (Reitoria), Corpo e Mente (Campus Samambaia), e sobre sono e qualidade de vida (Campus Planaltina). No próximo ano, é provável que Planaltina tenha uma outra novidade: o uso de acupuntura no curso de Agroecologia. Dessa vez, para animais de grande e médio porte.

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