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Campus Taguatinga Centro certifica estudantes em situação de rua

Criado: Terça, 01 de Março de 2016, 11h23 | Publicado: Terça, 01 de Março de 2016, 11h23 | Última atualização em Terça, 01 de Março de 2016, 11h27 | Acessos: 3939

O Campus Taguatinga Centro do Instituto Federal de Brasília (IFB) certificou, nessa segunda-feira, 29 de fevereiro, 48 estudantes, homens e mulheres em situação de vulnerabilidade social, incluídos os que vivem em situação de rua.

Os cursos de Artesão de Biojoias e Jardineiro foram ofertados pelo Campus Taguatinga Centro por meio dos Programas Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), Brasil Sem Miséria (BSM) e Mulheres Mil.

Ao todo foram ofertadas 60 vagas para a formação em Artesanato e 20 para Jardineiro. No caso do primeiro curso, 34 alunas chegaram ao final. Na segunda oferta, 14 se formaram.

Os estudantes vieram ao IFB encaminhados por órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF). A Unidade de Acolhimento para Mulheres (Unam/Casa Flor), Unidade de Acolhimento para Idosos (Unai/Casa Viva), Unidade de Acolhimento para Famílias (Unaf), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Centro de Referência em Assistência Social (Cras) e o Centro Pop todos de Taguatinga foram as instituições de acolhimento do GDF que requereram a oferta de cursos ao Campus Taguatinga Centro.

Pessoas em situação de rua

O Centro Pop de Taguatinga funciona na QNF 24 e, de acordo com a gerente do local, Aline Mendes Nardelli, são atendidas cerca de 70 pessoas por dia sendo homens, mulheres e famílias. Aline ressalta que crianças e adolescentes também são atendidos, entretanto, nesses casos, só podem utilizar o espaço estando acompanhados de um maior responsável.

Aline diz que cerca de 90% dos atendidos são homens que ficam nas ruas por cerca de um a dois anos. Na maioria dos casos, diz a gerente do Centro Pop, essas pessoas deixam suas casas por conflitos familiares ou por problemas com drogas.

O objetivo do Centro é oferecer um lugar onde eles possam descansar, lanchar e ter acesso a espaços onde realizem sua higiene pessoal e de seus pertences. Lá estão disponíveis oficinas socioeducativas, passeios culturais, emissão de documentos pessoais, espaço para lavagem e secagem de roupas e guarda de pertences pessoais como documentos. O centro funciona das 8h30 às 17h.

Legalmente, a definição de população em situação de rua está contida no Decreto nº 7.053 onde se estabelece que trata-se de um grupo heterogêneo que possui em comum a extrema pobreza, os vínculos familiares fragilizados ou rompidos e a inexistência de moradia convencional regular. “Essa população caracteriza-se ainda pela utilização de logradouros públicos como praças, jardins, canteiros, marquises, viadutos, prédios abandonados e carcaças de veículos como espaço de moradia permanente ou temporária”, define o decreto.

Uma das histórias

Um dos estudantes do IFB que está em situação de rua a cerca de um ano é William Rodrigues da Silva. Ele conta que fez o curso de jardineiro e agora está à procura de um emprego formal na área do curso.

William veio para Brasília aos 13 anos de idade para morar com a mãe, divorciada do pai, e conseguir estudar na Capital Federal. Entretanto, os planos para os estudos foram interrompidos na 7ª série do Ensino Fundamental e o rapaz casou-se, teve uma filha e separou-se. Após a separação foi morar na rua.

Atualmente William está com 20 anos e separado da esposa e da filha vive em situação de rua o que não o impede de trabalhar. Ele cuida de carros em um estacionamento público de Taguatinga e conta que, com o que ganha, às vezes consegue enviar dinheiro para ajudar a filha que esta com pouco mais de um ano de idade.

O primeiro desafio do recém-formado do IFB é conseguir ter, outra vez, seus documentos pessoais que foram perdidos. Depois, ir em busca do emprego e sair da rua. A gerente do Centro Pop de Taguatinga conta que a moradia na rua é temporária e os moradores normalmente planejam se reinserir socialmente e no mundo do trabalho.

Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Humano (Sedhs) do Distrito Federal, parceira do IFB, apontam que, em 2015, haviam 4 mil pessoas morando nas ruas do DF. A maior concentração está no Plano Piloto, especialmente nas imediações da rodoviária, e a segunda maior em Taguatinga onde estão localizados os campi Taguatinga e Taguatinga Centro do Instituto Federal de Brasília.

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