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Estudantes dos cursos de gestão discutem violência de gênero e sexualidades na I Semana de Assistência Estudantil do Campus Taguatinga Centro

Criado: Quinta, 16 de Junho de 2016, 14h57 | Publicado: Quinta, 16 de Junho de 2016, 14h57 | Última atualização em Quinta, 16 de Junho de 2016, 15h02 | Acessos: 2532

E a aula dessa quarta-feira, 15 de junho, para os estudantes dos cursos Técnico em Comércio e Tecnólogo em Processos Gerenciais foi sobre mercado, gênero e sexualidades. A Primeira Semana de Assistência Estudantil do Campus Taguatinga Centro realizou uma roda de conversa sobre esse tema que foi conduzida pela professora do Campus Taguatinga Moema Carvalho.

Moema é mestre em Gerência em Gestão de Negócios pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e trabalha com os cursos de Técnico em Vestuário e Design de Moda do Instituto Federal de Brasília (IFB).

Opressões institucionais

Na Roda de Conversa, intitulada “Gênero e Sexualidade, além da opressão institucional”, a professora falou a respeito da violência institucional que ocorre contra grupos minoritários como mulheres, LGBT’s (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), negros e populações que moram nas periferias do Distrito Federal.

Ela usou o próprio IFB como exemplo da falta de representatividade das mulheres dentro das instituições. Citando o Colégio de Dirigentes, Moema lembrou que a maioria absoluta dos membros daquele órgão são homens. E refletiu, junto com os estudantes, sobre a necessidade de os vários grupos componentes da sociedade ocuparem espaços de poder e tomada de decisões.

“Veja, se nós vamos discutir assuntos do Curso Técnico em Comércio e colocamos na discussão apenas professores das engenharias, do Técnico em Vestuário ou de outras áreas, mas não colocamos ninguém do Técnico em Comércio, como vamos tratar dos temas de vocês? Para tratar dos assuntos de determinados grupos, é preciso que seus representantes estejam presentes. Então é preciso que as mulheres, LGBT’s, negros, populações periféricas, todos os grupos estejam representados em todas as instâncias”, afirmou Moema.

A professora tratou, também, da violência policial praticada contra moradores das periferias e que, em geral, não é percebida pelas populações das áreas ricas da cidade.

Na iniciativa privada

Ainda falando sobre violência institucional, ela citou a necessidade de as empresas darem mais liberdade às mulheres em temas como roupas. Ela citou o caso de uma empresa paulista que exige que as funcionárias usem saias como uniforme e lembrou que tal situação causa constrangimentos que vão desde o frio que se sofre no inverno até o desconforto causado pela obrigatoriedade de se sentar de determinada forma por causa do uso das saias.

“Eu acho as saias lindas, são uma tradição daquela empresa e eu respeito isso. As tradições são bonitas, mas eu queria que aquelas mulheres tivessem o direito de escolha de usarem calça hoje que está fazendo três graus célsius em São Paulo”, falou a professora.

Violência e punição

Ao finalizar a conversa, ela comentou os recentes casos de estupros coletivos que têm ocorrido no País e tratou da proposta que tem sido veiculada falando da possibilidade de se punir estupradores com castração química.

“O estupro não tem nada haver com desejo, com sexo, mas com violência, com dominação. O estupro é uma arma de guerra e é usado para atacar populações inteiras em determinados países africanos”, afirmou Moema para, em seguida, concluir seu raciocínio de que castrar um indivíduo não o impediria de tentar estuprar e mostrar seu poder.

De acordo com ela, grande parte das violências sexuais não ocorrem por meio do falo, do pênis, mas é feita com objetos sejam galhos de árvores, canos de armas ou mesmo pedras. Segundo a professora, o que o estuprador quer é mostrar poder e não dar vazão a qualquer desejo sexual.

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