Oito estudantes da Licenciatura em Letras Espanhol têm trabalhos aprovados em Congresso de Educação
Quatro trabalhos elaborados por oito estudantes do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação Espanhol, do Campus Taguatinga Centro, foram selecionados para participar da Jornada Ibero-americana de Pesquisas em Políticas Educacionais e Experiências Interdisciplinares da Educação que ocorre entre os dias 22 a 24 de setembro na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília.
Sob orientação da professora Simone Braz Ferreira Gontijo, os estudantes do Instituto Federal de Brasília realizaram suas pesquisas em escolas da rede pública do Distrito Federal. Todos contaram com bolsas da Coordenação de Assistência Estudantil (CDAE) para se inscreverem no evento. Os trabalhos foram realizados na disciplina de Organização da Educação Brasileira.
Apesar de nove estudantes terem realizado as pesquisas e estarem aptos a apresentar os trabalhos, um dos membros do grupo trancou o curso neste segundo semestre de 2016.
Alimentação escolar
O aluno Geovane Cesar dos Santos Albuquerque e a aluna Tayanne Oliveira Rodrigues apresentarão o trabalho “Alimentação no Âmbito das Escolas Públicas do Distrito Federal: estudo de caso”.
Eles pesquisaram como é operacionalizado o Programa Nacional de Alimentação Escolar na rede pública de ensino do Distrito Federal. Para encontrar as respostas que procuravam, os estudantes do IFB entrevistaram gestores, secretárias escolares e merendeiras de duas escolas de Ensino Fundamental da cidade de Taguatinga.
A pesquisa concluiu que, em vista da democratização da culinária de baixo custo, que visa o aproveitamento de parte dos alimentos geralmente descartados e com alto valor nutritivo, as funcionárias da escola reclamaram do fato de não poderem alterar o cardápio enviado pelas nutricionistas do governo, mesmo elas tendo capacidade técnica para fazer as adaptações que permitiriam um melhor aproveitamento dos alimentos.
Os estudantes-pesquisadores do IFB sugerem que “os nutricionistas se reúnam com as equipes de cada escola e desenvolvam técnicas mais específicas para cada contexto escolar”. Segundo eles, “a participação dos estudantes também deve ser levada em consideração na hora de se definir um cardápio que será consumido por estes”.
Gestão democrática
Lorena Braga de Siqueira e Rubens da Silva vão apresentar o trabalho intitulado “Gestão Democrática da Educação: um estudo crítico”. Eles pesquisaram o funcionamento da gestão democrática escolar tendo como referência o processo de democratização nas relações da gestão da escola com a comunidade.
Para compreender a questão, os estudantes do IFB visitaram uma escola do Governo do Distrito Federal (GDF) e entrevistaram o diretor daquela unidade.
Os pesquisadores-estudantes concluíram que, se há uma intenção real de se construir algo novo na educação, todos os sujeitos devem se envolver efetivamente com propostas e ações. Para eles, não se deve pensar em poder do povo como algo místico, “pois esse somente terá poder quando participar nas decisões do cotidiano, não somente fiscalizando, mas oferecendo ideias e soluções, bem como, colhendo os frutos de uma democracia exercida com consciência”.
Infraestrutura escolar
O terceiro trabalho foi elaborado pelas estudantes Beatriz Duarte Oliveira e Mariana Rocha Fortunato. O título é “Infraestrutura das Escolas Públicas: o estudo de duas escolas no Distrito Federal”. Eles investigaram as condições de infraestrutura de duas escolas públicas do Distrito Federal situadas no Plano Piloto e em Sobradinho.
Foram realizadas entrevistas com os gestores e observação do espaço físico das duas escolas. Os graduandos dos IFB concluíram que as escolas apresentam uma infraestrutura básica, porém com vários aspectos que comprometem a qualidade da educação e a salubridade de professores, alunos e funcionários.
Os estudantes encontraram falta de quadra de esporte, escassez de gêneros alimentícios para a merenda, salas pequenas e superlotadas, falta de laboratórios de informática e laboratório de ciências obsoleto.
De acordo com os pesquisadores do IFB, existem politicas públicas que asseguram os deveres do governo para com a escola e sua comunidade, mas a burocracia complexa inviabiliza essa política e parece haver um certo “desinteresse público quanto à oferta de uma educação de qualidade à população”.
Semestralidade das escolas do GDF
Por fim, os estudantes Lorena Farias Torres, Nilda Rocha e Dérek de Sousa Flores vão apresentar o trabalho “Semestralidade nas Escolas Públicas do Distrito Federal: mesmo projeto pedagógico, realidades distintas”.
O artigo analisou a política curricular da semestralidade implantada nas escolas de Ensino Médio do Distrito Federal. Foram investigadas duas escolas que previram em seu projeto político-pedagógico a implantação dessa política pública.
Entretanto, descobriu-se que as escolas optaram por interromper o processo de implantação da semestralidade. Portanto, buscou-se saber os motivos que levaram à interrupção da proposta. Foram realizadas entrevistas tanto com o vice-diretor quanto o diretor, o que proporcionou uma visão crítica quanto à implementação da semestralidade nessas escolas públicas.
Apesar da descontinuidade da semestralidade nas duas escolas, o estudou apontou que essa nova estrutura curricular não é ineficiente, porém requer um olhar mais preciso em identificar as melhores aplicações na realidade escolar.
Os estudantes do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação Espanhol, concluíram que “é preciso que haja mais discussões entre a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e a escola que elege esse projeto político antes que o mesmo seja implantado, com isso evitam-se quaisquer transtornos futuros”.
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