Oficina de bonecas feitas em “navios negreiros” ensina artesanato às estudantes do Mulheres Mil
Uma das atividades da I Semana de Ciência, Arte e Cultura do Campus Taguatinga Centro que mais reuniu participantes foi a oficina de bonecas de pano, chamadas Bonecas Abayomi, que atendeu apenas as mulheres do Programa Mulheres Mil dessa unidade do IFB.
A oficina foi organizada pela estudante do Curso Técnico em Comércio Maria Antônia de Paula. De acordo com ela, a aprendizagem de artesanato teve como objetivo criar mais uma possibilidade de fonte de renda para as estudantes do IFB que estão no curso de Empreendedorismo. Maria Antônia aprendeu a fazer as bonecas em outro evento de que participou por ser aluna do IFB, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).
A coordenadora da oficina na SNCT, Suely Alencar Ximenes, também participou da atividade da I Semana de Ciência, Arte e Cultura do IFB de Taguatinga Centro.
Maria Antônia explicou que, para fazer os bonecos, que podem ser pequenos ou grandes, só se precisa de retalhos de tecido que podem ser conseguidos em confecções, de forma gratuita, visto que as malharias até acham interessante doar os retalhos para que estes não sejam descartados no meio ambiente.
Uma das estudantes que participou das oficinas, Zita da Costa Martins, diz que gostou da ideia e que planeja ensinar as filhas a trabalharem com essa forma de artesanato. “Elas podem fazer e até vender na escola”, diz a mãe.
A atividade ocorreu na quarta-feira, 7 de novembro, à tarde, na sede Campus Taguatinga Centro, que fica no Pistão Sul.
Boneca Abayomi
Significa boneca de pano. Sempre negra, de formas e tamanhos variados e de confecção muito simples, não utiliza cola nem costura, e os retalhos são apenas amarrados.
Valoriza a cultura afro e contribui para o reconhecimento da identidade afro-brasileira. Abaymi significa: ABY – encontro; OMI – precioso.
Abayomi do Yourybá (feminino) significa encontro feliz, encontro precioso, ou aquele que traz felicidade ou alegria. Pode ser traduzida como “Ofereço para você o melhor que eu tenha em mim” ou “Ofereço aquela que traz minhas qualidades”.
No período da escravidão, nos navios negreiros, as mulheres rasgavam a barra da saia e faziam abayomis para as crianças brincarem. E já aqui, como escravos, reuniam-se na senzala e confeccionavam as Abayomis pedindo saúde e prosperidade.
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