Dia da Visibilidade Transgênero: Nugedis do IFB Recanto das Emas encerrou exposição na quarta-feira
O Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade Sexual (Nugedis) do IFB Campus Recanto das Emas encerrou nesta quarta-feira, 12, a exposição “29 de Janeiro – Dia da Visibilidade Transgênero”.
A intervenção visual ocupou o pátio do “Bloco A” por cerca de três semanas com o objetivo de educar a comunidade escolar sobre a identidade de gênero, combater estereótipos e promover o respeito às diferenças.
A exposição contou com materiais informativos, imagens e minibiografias de pessoas transgêneras. Na avaliação do membro do Nugedis, professor Kaiser Dias Schwarcz, “a iniciativa fortalece o entendimento sobre a importância da inclusão e dos direitos humanos”.
“Além disso, a visibilidade trans no ambiente escolar contribui para a redução do preconceito, criando uma cultura de empatia e acolhimento”, continua o docente.
Mais inclusão, menos bullying
O docente ressalta que a ação impacta diretamente no bem-estar de estudantes transgênero que, frequentemente, enfrentam desafios que vão desde a não utilização do seu nome social até o bullying e, por fim, a exclusão do espaço escolar.
“Ao trazer esse debate para o cotidiano da escola, a exposição reforça o compromisso da instituição com a diversidade, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e respeitosos”, explica o professor Kaiser.
Apoio institucional
A exposição realizada agora recebeu apoio institucional tanto da Pró-Reitoria de Extensão (Prex) quanto das Diretorias e Coordenações do IFB Campus Recanto das Emas.
A Prex destina, desde 2024, recursos para manter um estudante bolsista que auxilia o Nugedis exercendo a função de monitor. Já o campus participou destinando recursos para a impressão dos materiais utilizados na exposição/intervenção.
O estudante André Kallil Oliveira Soares, do 2º ano do curso técnico integrado ao Ensino Médio (EMI), foi o monitor que atuou na organização da exposição/intervenção. Além do monitor, participaram também os estudantes Endy Vieira e Mavy, além de outros membros do Nugedis.
Para vencer o ódio e desinformação
Para o professor membro do Nugedis, “a política do ódio promovida por grupos políticos no Brasil e em outros países como nos Estados Unidos, tem se consolidado como uma estratégia de desinformação e criação de pânico social”.
Questionado se esse tipo de ideologia consegue ocupar espaços educacionais e especificamente no IFB, Kaiser afirma que “essa pauta transfóbica e LGBTfóbica, infelizmente, tem ganhado espaço em diversos setores da sociedade, e o IFB não está imune a esse fenômeno”.
“Cada vez mais, percebemos a entrada de estudantes que já chegam com uma mentalidade de intolerância contra a diversidade, muitas vezes influenciada por discursos fundamentalistas e desinformativos”, relata o professor.
Segundo ele, essa situação “cria desafios adicionais para a construção de um ambiente escolar acolhedor e respeitoso, exigindo a atuação constante de docentes, Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e do Nugedis”.
Desafios
Como parte dessa realidade social, o professor também sente a presença da política do ódio no ambiente escolar. Kaiser afirma que se observam discursos transfóbicos, LGBTfóbicos e misóginos se infiltrando em debates e nas interações estudantis.
Muitas vezes o discurso de ódio que ocorre na escola é replicado de narrativas elaboradas por grupos reacionários “que buscam deslegitimar a luta por direitos humanos”.
“A resistência a políticas inclusivas e o aumento de ataques verbais contra pessoas LGBTQIAP+ demonstram a necessidade de fortalecer estratégias pedagógicas e institucionais para enfrentar essa onda de intolerância”, defende o membro do Nugedis.
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