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“O braille é um recurso para acessibilidade”, diz palestrante no IFB

Criado: Segunda, 17 de Junho de 2013, 20h22 | Publicado: Segunda, 17 de Junho de 2013, 20h22 | Última atualização em Quinta, 05 de Dezembro de 2013, 10h22 | Acessos: 2914

Os estudantes do Curso de Braille do Campus Taguatinga Centro participaram nesta segunda-feira, 17 de junho, de um diálogo com a representante da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), Maria da Glória Batista da Mota. A ONCB é uma instituição não-governamental que defende os direitos das pessoas com deficiência visual no País. Maria da Glória já foi professora da rede do Governo do Distrito Federal (GDF) e trabalhou por 11 anos no Ministério da Educação (MEC).

Professora Maria Glória em palestra no IFB.A conversa com os alunos do IFB tratou da Comissão Brasileira do Braille, a palestrante explicou que essa comissão é vinculada à Secretaria de Educação Continuada,  Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), do MEC, e busca discutir, orientar e normatizar o ensino do braille em todos os países de Língua Portuguesa e também Espanhola.

Livros Didáticos
Maria da Glória informou que desde 2008 o MEC não tem produzido material didático para a população cega brasileira. Essa produção tem sido descentralizada e ficado sob responsabilidade dos Estados. No Distrito Federal, a elaboração do material didático para cegos está sob comando do Centro de Apoio Pedagógico de Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual.

A representante da ONCB critica a decisão do governo federal de descentralizar a produção de material didático para os estudantes cegos. Ela defende que tal produção e distribuição seja realizada pela Fundação Nacional do Livro Didático (FNDE).

O braille, diz a professora Maria da Glória, “é um recurso de acessibilidade, não é só para usuário cego, mas também para o pai, a mãe, o professor, porque todo mundo que esteja em contato, seja profissionalmente, seja na vida social, com deficientes visuais, deve ter conhecimento daquilo que dá ao indivíduo mais independência”.

“Se você é pai de uma criança cega, tem que aprender o braille para acompanhar as suas atividades. É muito frustrante para uma criança escrever e não receber o elogio do pai porque este não conhece o sistema [a linguagem] em que é dado o ensino à criança”, observou ela.

Para a docente, assim como há necessidade de se expandir o conhecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), é preciso também divulgar o braille.

A professora parabenizou o IFB pela parceria com entidades que trabalham com cegos e defendeu o ensino de braille. “O braille é um sistema que está disponível há mais de 200 anos para as pessoas cegas e que ultimamente tem ficado relegado por percepções errôneas de educadores e de gestores públicos o que tem levado os alunos cegos apenas a ouvir e não ter o direito de escrever e ler com o sistema que lhe é devido”, afirmou ela.

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