Com dança e palestra, Taguatinga Centro abre Semana da Acessibilidade
O Campus Taguatinga Centro do Instituto Federal de Brasília abriu, na segunda-feira, 23 de setembro, a Semana da Acessibilidade. Em um auditório lotado, os estudantes do IFB e também do Centro de Ensino 02, Centrão, assistiram a três apresentações de dança, todas realizadas pelos membros do Dançart'Especial.
O grupo é formado por estudantes que são, todos, Pessoas com Necessidades Específicas (PNE's). Apesar de ser a Semana da Acessibilidade, de os participantes serem PNE's e de todos estarem ali para discutir esse tema, quando os dançarinos e dançarinas subiram ao palco e inciaram sua apresentação, o assunto PNE foi substituído por arte.
O debate sobre deficiência ou limitações físicas ou mentais retornou depois com uma palestra, mas, no momento da dança, o que se viu foram as semelhanças entre os artistas e o público. Semelhança que se mostrou na emoção, expressa e visível, seja pelos aplausos, gritos ou assovios que interrompiam a todo instante a apresentação, seja pelas lágrimas vistas em alguns dos expectadores.
Um dos dançarinos, Leonardo Gurgel, 22 anos, conta que dança há cerca de cinco anos e que, além da dança, também toca violão no Chorinho no SIA (Setor de Indústria e Abastecimento). Leonardo tem limitações causadas por um desenvolvimento intelectual menor que a média do resto da população.
“Eu toco violão, eu danço e gosto de mostrar que eu tenho valor, que não falem que sou um coitadinho, que sou especial; eu gosto de mostrar o que posso fazer e mostrar a diferença para os outros”, diz Leonardo.
A primeira dança foi apresentada pela aluna Jéssica, do Centro de Ensino Especial Nº 02 de Samambaia. Ela tem limitações que lhe impedem os movimentos quase totais do corpo, além da fala e também limitações intelectuais, o que naturalmente dificulta em muito a comunicação dela com o mundo. Entretanto, a dançarina, que se locomove em cadeiras de rodas, consegue expressar-se por meio da dança. Os movimentos da parceira de palco de Jéssica, professora Sônia Ramalho, são as indicações que permitem à estudante entender quais ações deve ter no palco. Descer da cadeira de rodas, movimentar-se até a professora, realizar a interação com a música, a colega de palco e o público, tudo isso Jéssica faz por seus movimentos e pelas expressões faciais. O riso da dançarina diante dos aplausos da plateia é um dos sinais de que a comunicação entre ela e o público está estabelecida.
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