Pesquisas nos IF’s trabalham em parceria com a sociedade, identificam demandas e desenvolvem soluções
Acerca de matéria veiculada sobre a pesquisa divulgada pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o Instituto Federal de Brasília reafirma que os Institutos Federais representam uma inovação educacional importante para o Brasil, não só por sua presença física em 78% das microrregiões do país, mas principalmente pela missão de apoiar o desenvolvimento local por meio de ações de ensino técnico e tecnológico, pesquisa aplicada (inovação) e extensão.
Em dois anos (2013 e 2014) os pesquisadores dos Institutos Federais contrataram mais de 700 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento da Científico e Tecnológico (CNPq), grande parte deles envolvendo parcerias com instituições do setor produtivo, em todas as regiões do país. Nesses projetos, em que foram financiados 60 milhões de reais, os Institutos captaram mais de 1,8 milhão de reais em contrapartida financeira e mais de 7,7 milhões de reais em contrapartida não-financeira. Além disso, em 2015, foram credenciados 5 (cinco) polos de inovação dos Institutos Federais junto à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial(Embrapii) após terem passado por criterioso processo de seleção.
Nos Institutos Federais os projetos de pesquisa não se vinculam necessariamente aos programas de pós-graduação – em que pese a sua importância para o desenvolvimento da pesquisa nos Institutos Federais, notadamente os mestrados profissionais – pois se tratam de pesquisa aplicada, na maioria das vezes de cunho incremental, voltada à melhoria de produtos e processos. Fazem parte desse tipo de pesquisa o diagnóstico da cadeia produtiva, a criação de protocolos de certificação de produtos, a prototipagem e o desenvolvimento de equipamentos e sistemas voltados à melhoria da capacidade produtiva das organizações, entre outros.
A convivência entre estudantes de cursos técnicos e superiores numa mesma Instituição de Ensino, com os mesmos docentes, técnicos administrativos e laboratórios, propicia um ambiente estimulante para o desenvolvimento da pesquisa aplicada, onde se fortalecem os grupos de pesquisa e as iniciativas calcadas no trabalho colaborativo. Nesse modelo, a carga horária do docente é otimizada e sua capacidade produtiva é ampliada. Além disso, o foco na formação tecnológica e na inovação social faz com que, via-de-regra, a pesquisa aplicada dos Institutos Federais seja menos dependente de recursos (não obstante ter havido incremento no orçamento da pesquisa) e mais pragmática.
Os IF’s enfrentam dois grandes desafios para concretizarem sua missão: a formação de seus quadros e a burocratização no uso de recursos financeiros destinados aos programas de PD&I. O tempo necessário para a transição entre a cultura acadêmica e de ciência pura das universidades não é curto. A burocracia para uso de recursos de pesquisa e inovação, no pagamento de bolsas para alunos e servidores, na compra de equipamentos e materiais de consumo é muito grande.
Quando os docentes formados nestas escolas chegam nos Institutos trazem a ideia de Pesquisa e Desenvolvimento como algo contrário ao trabalho de sala de aula. São poucos os que já trabalharam ou ouviram falar de pesquisa-ação. Esta forma de pesquisa envolve trabalhar junto com empresas, associações, sindicatos e movimentos sociais. O que a legislação chama de extensão tecnológica. Ou seja aqui se ensina, desenvolve (inova!?) e leva ao saber a estudantes e comunidade ao mesmo tempo. Neste modelo a aula não é pensada como centro de um processo como parte do tempo de construção do saber para si e para a sociedade. A Formação de professores dos IF vem sendo trabalhada pelos reitores e contam com apoio do MEC em alguns programas de fomento à inovação como por exemplo o “professores para o Futuro”.
Para superar a burocracia pública quase sempre se busca uma fundação, o que é contraproducente pois cria mais um elo entre a escola e a empresa. A legislação precisa avançar para permitir que as instituições aportem recursos nos IF e este possa usa-los de forma adequada ao objetivo dos IF e que garanta lisura e transparência no uso destes recursos.
Essas iniciativas mostram que uma instituição que quer trabalhar Desenvolvimento e Inovação não deve se preocupar com Mestrados e Doutorados. Ela deve sim trabalhar a parceria com a sociedade para identificar suas demandas e desenvolver soluções. As oficinas de inovação do tipo hackathon desenvolvidas pelos IF em seus eventos internos ou externos mostram quanto os IF avançaram na produção de conhecimento aplicado, em parceria com a sociedade como a sua lei de criação impõe.
Finalmente, sempre há espaço para melhorar a política pública, mas não se pode deixar de reconhecer os avanços da educação técnica e tecnológica brasileira nos últimos anos, para os quais a contribuição dos Institutos Federais tem sido primordial e fundamental. Não se pode avaliar instituições diferentes com um único modelo. Universidades e Institutos Federais somente têm em comum o fato de serem entidades que ofertam educação. O CONIF se põe à disposição do MEC para construir um adequado modelo de avaliação da produção dos IF, que contemplem as especificidades da lei que os criou.
Seguem links com alguns resultados da atuação dos Institutos Federais.
Exemplos de Projetos Desenvolvidos Pelos Institutos Federais
• http://www.aeb.gov.br/projeto-de-instituto-de-educacao-recebe-investimento-da-aeb/
• http://www.aeb.gov.br/nanossatelite-serpens-completa-uma-semana-em-orbita/
• https://www.youtube.com/watch?v=LR2til_sfUI
• http://www.mch.ifsuldeminas.edu.br/noticias/88-noticias-2012/571-certificacao-internacional
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/796-projeto-de-veiculo-eletrico-do-ifpr-e-destaque-na-sbpc
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/791-ifsc-apresenta-projetos-inovadores-na-67-reuniao-anual-da-sbpc
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/790-clube-de-robotica-do-iffluminense-apresenta-prototipos-em-evento-de-ciencia-e-tecnologia
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/789-projeto-do-iffluminense-visa-gestao-eficiente-do-consumo-de-agua
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/788-ifsuldeminas-apresenta-prototipo-de-torrador-de-cafe-na-67-reuniao-da-sbpc
• http://portal.mec.gov.br/component/content/index.php?option=com_content&view=article&id=15919:professores-desenvolvem-nova-tecnica-de-combate-a-praga&catid=209&Itemid=86
Iniciativas de Capacitação de Professores
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/803-mec-investe-na-qualificacao-de-servidores-da-rede-federal
• https://www.youtube.com/watch?v=OCSXiMFsNxo
• https://www.youtube.com/watch?v=ifo4uJtpaiU
• http://goo.gl/ErI1ag
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/785-setec-e-embrapii-promovem-capacitacao-para-implantacao-de-polos-de-inovacao2
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/808-aberta-selecao-para-capacitacao-de-professores-de-ingles-dos-institutos-federais
Eventos de Inovação
• http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=21327:em-forum-no-recife-empresarios-e-investidores-vao-conhecer-projetos-de-institutos-federais
• http://portal.mec.gov.br/component/content/index.php?option=com_content&view=article&id=20645:estudantes-de-volta-redonda-ganham-competicao-de-robos&catid=209&Itemid=86
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/817-mobilidade-urbana-sera-tema-e-desafio-da-oficina-de-inovacao
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/816-oficina-procura-estimular-busca-de-solucoes-aplicadas-a-saude
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/825-oficinas-de-c-t-promovem-a-cultura-da-inovacao-aberta
• http://redefederal.mec.gov.br/noticias/792-ifsp-apresenta-prototipos-nas-areas-de-acessibilidade-e-saude-no-estande-do-mec
Redes Sociais