Inclusão: Psiquiatra faz recomendações sobre aprendizado e desenvolvimento de autistas
O Amor é o melhor remédio. E no caso de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TAE), amor em dobro. Essa foi uma das considerações que o médico psiquiatra da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil, Caio Abujadi, fez em sua palestra “Inclusão, aprendizado e desenvolvimento”, na manhã de sábado, 28, no Campus Brasília. A ação integrou a programação do “Fórum de Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva” uma parceria do Instituto Federal de Brasília (IFB) – através da Pró-reitoria de Extensão - com o Movimento Orgulho Autista do Brasil (MOAB), que este ano começou no ConectaIF em setembro e encerrou o ano com esta programação.
Abujadi é uma das maiores referências sobre o tema no Brasil. E quem assistiu sua apresentação entendeu o porquê. Ele iniciou com abordagens históricas sobre o sistema educacional de Pestalozzi na era do Iluminismo – quando observações e métodos inclusivos foram desenvolvidos, passando por análises estatísticas sobre os períodos de colapsos da humanidade, como as guerras, até citar as consequências genéticas para gerações seguintes para que mudem a forma de viver no mundo.
Abordou também a formação e o desenvolvimento das crianças, e as múltiplas características que autistas apresentam. “Há impactos imunológicos, metabólicos e neurológicos e assim as manifestações podem ser distintas”, explicou. “A medicina, as terapias e principalmente a família e a comunidade podem ajudar o autista a canalizar toda sua hiperexcitação mental para coisas positivas. Temos na História muitos gênios autistas”.
O fato é por serem muito mais suscetíveis às inflamações e conforme situações ambientais, os autistas tentem a oscilações de manifestações intensas que são interpretadas de uma forma diferente para quem convive.
O médico indica que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento cognitivo das crianças e ao estranharem algo procurem o quanto antes orientações médicas e terapêuticas e passem a ser ainda mais vigilantes ainda com os ambientes e exemplifica situações comuns que podem prejudicar qualquer pessoa e ainda mais os autistas. “Temos proteínas e hormônicos que são produzidos enquanto dormimos. Se ficamos expostos a impactos luminosos como aparelhos de TV que emitem muitos frames por segundo tarde da noite, não teremos o sono tão recompensador como pensamos e estaremos causando inflamações em nosso cérebro que prejudica nossa memória”, exemplificou.
A recomendação de Abujadi é que a família e a comunidade passem a amar de forma mais intensa o outro. “A família serve para que aprendamos a enfrentarmos as dificuldades da vida em equipe e os filhos para que aprendamos a se doar para o resto de nossas vidas. Estas crianças são importantes para mudar a Humanidade. O amor nos torna mais inteligentes”, aconselhou.
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