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Algumas palavras...sobre a angústia

Criado: Quarta, 22 de Abril de 2020, 13h35 | Publicado: Quarta, 22 de Abril de 2020, 13h35 | Última atualização em Segunda, 27 de Abril de 2020, 14h52 | Acessos: 3060

A vivência da pandemia e das suas consequências, como desemprego, preocupação com nossa saúde e com a das pessoas próximas, incertezas e imprevisibilidade do futuro nos coloca diante de uma sensação que é difícil explicar. Algumas pessoas sentem “um aperto no peito”, outras uma “agonia inespecífica”, tem quem diga que é “uma dormência no corpo” ou mesmo “um nó na garganta”. Podemos afirmar que essa sensação difícil de ser explicada é a angústia. Todos nós já nos sentimos angustiados, em maior ou menor grau, em algum ou em alguns momentos das nossas vidas, mas a pandemia e o necessário isolamento social para contê-la parecem ter potencializado a angústia em muitos de nós.

Mas ao nos sentirmos assim, angustiados, o que podemos fazer?

Primeiramente, antes de querer nos livramos logo da angústia, é importante tentarmos entender a sua função. Podemos pensá-la a partir dos ensinamentos de Freud: é um sinal de alerta, que vivenciamos em nosso próprio corpo, diante de um perigo que julgamos iminente. No caso da pandemia e de seus desdobramentos, há riscos reais que nos deixam sem condições de prever ou sequer de planejar nossas ações a curto prazo. Essa sensação de “perda de controle” nos deixa com a impressão de desamparo, na expectativa de que algo de ruim pode acontecer a qualquer momento, independentemente de nossos esforços. Diante do medo das potenciais perdas decorrentes da pandemia como, por exemplo, perda temporária da saúde, perda de emprego, ou mesmo perda de entes queridos, a angústia manifesta-se como uma reação de nosso corpo frente a essa sensação de estarmos fora de controle.

Assim, é importante aceitá-la, pois sentir angústia é esperado diante desse cenário de pandemia e, em alguma medida, a angústia é útil e necessária. Somente quem se angustia minimamente consegue se mobilizar para o enfrentamento das dificuldades impostas pela vida. Afinal, tem um caráter de proteção, pois, sendo um sinal de que podemos perder algo que é importante para nós, podemos, por exemplo, seguir com mais rigor as recomendações dadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde dentro do nosso contexto e condição de vida.

Mas, a depender da intensidade, ela pode nos paralisar (e tudo bem se você se sentir assim alguns dias). O importante é sabermos identificar o que estamos sentindo, saber que é uma reação esperada e que, assim como você, muitas outras pessoas também estão se sentindo de modo parecido. E cada um deverá construir suas próprias estratégias para lidar com a angústia. O esperado é que a angústia seja convertida em força que nos movimenta, ao invés de algo que nos paralisa.

A nossa dica para quem está buscando estratégias para lidar com a angústia está na potencialidade do laço com o outro! Aproximar-se de pessoas queridas e ter boas conversas auxilia no manejo da sensação ruim gerada pela angústia. Assim, sugerimos que cultive bons relacionamentos (ainda que momentaneamente virtuais!) e, na medida do possível, não vivencie esse momento imerso nos noticiários e no excesso de informações sobre a pandemia. Outras alternativas são escrever, estudar, cantar, recorrer às crenças e espiritualidade, praticar exercícios físicos, lembrando que há também quem se beneficie ao se engajar em ações de combate à pandemia ou mesmo ao se dedicar ainda mais ao trabalho. Desde que sem exageros, são todas essas boas soluções para o manejo da angústia. Caso nada disso reduza o mal-estar, não deixe de procurar auxílio profissional!

                                                      

Lorena Costa, psicóloga do Campus Planaltina (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

 Luísa Meirelles, psicóloga do Campus Estrutural (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

 Raquel Ghetti, psicóloga do Campus Ceilândia (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

Vera Gerpe, psicóloga do Campus São Sebastião (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

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Apresentação do projeto "Algumas palavras"

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