Algumas palavras sobre bem-estar
Muito se tem falado na vivência da pandemia sobre a importância de manter o vínculo afetivo com a família e amigos, engajar-se em exercício físico em casa, buscar atividades prazerosas e de lazer que possam ser realizadas sem o rompimento do isolamento social. Muitas pessoas se engajaram também em aprender novas habilidades. Esses movimentos indicam mais do que uma tentativa de usar o tempo de forma produtiva. Indicam a importância de promovermos bem-estar mesmo diante de um contexto pandêmico tão desafiador em diversos níveis.
Definir bem-estar não é uma tarefa simples. Podemos dizer que bem-estar envolve a saúde no seu sentido mais amplo, de maneira ativa e em todos os seus aspectos. É influenciado pela idade, condição socioeconômica, raça/cor, gênero. Tem relação com a forma como cada um avalia a sua própria vida. É então uma condição de quem se encontra física, espiritual e psicologicamente satisfeito, ou seja, é conjunto de práticas que engloba uma boa nutrição, atividade física, bons relacionamentos interpessoais, familiares e sociais, além do manejo do estresse.
Longe de uma utopia de uma vida sem problemas e dificuldades, o bem-estar na verdade pressupõe o aprendizado de lidar com os problemas de forma equilibrada e de criar de estratégias para se ter satisfação com a vida. É importante destacar que compreender e aceitar os momentos difíceis e de sofrimento fazem parte de encarar os problemas com equilíbrio. Se queremos ter bem-estar, precisamos evitar a negação da experiência negativa; quanto mais a pessoa nega sua experiência – sentimentos, emoções, pensamentos, ações, desejos – maior o estado de paralisação e fechamento que gera para si mesma, entrando em um ciclo de manutenção do estado de ausência de saúde. Negar a sensação de estar angustiado, por exemplo, significa interromper o contato com uma parte de si mesmo.
Ao aceitar as nossas sensações, não significa que o sujeito deva sofrer e que não há nada a ser feito, mas permite-nos nos abrir para a busca de sentido da experiência. Entendendo que o sentido é pessoal e vivencial, somente no contato consigo mesmo o sujeito é capaz de se mobilizar em busca de sua saúde. Desse modo, aceitar as experiências e sentimentos negativos decorrentes da vivência da pandemia não significa alimentá-lo! Ressignificar essas histórias e sentimentos faz parte de um caminho de autoconhecimento em que podemos olhar nossas vivências e integrar nossas emoções de forma a construir um caminho para o futuro.
Reconheça os seus limites e lembre-se de que a fluidez das sensações é importante para nossa saúde. E quando não der conta de passar pelas dificuldades sozinho, procure ajuda!
Lorena Costa
Luísa Meirelles
Marina Branco
Redes Sociais