Rede Federal tem a melhor Educação Superior do Brasil, segundo Enade 2019
A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é um dos principais destaques do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019. Em uma escala de 1 a 5, 41% das instituições tiveram nota 4 e 11% conseguiram alcançar o conceito máximo. Em nível de comparação, 30% das universidades brasileiras alcançaram a nota 4 e 11% delas a nota 5.
A avaliação foi aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que divulgou os resultados do Enade 2019 em coletiva de imprensa, na sede da instituição, nessa terça-feira, 20 de outubro. Ao todo, 435 mil estudantes de 1.225 instituições de todo Brasil foram inscritos. As provas foram aplicadas em 1.063 municípios e contaram com a presença de 389 mil concluintes de cursos de graduação.
A vice-presidente de Assuntos Acadêmicos do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Sônia Regina de Souza Fernandes, ressaltou que foi com entusiasmo e alegria que toda a Rede recebeu o resultado das áreas avaliadas. A gestora frisou também a dobradinha com as universidades públicas no topo com os melhores conceitos do Enade.
“O excelente desempenho representa a materialidade de uma Rede jovem, que está fazendo bem seu papel no processo de formação do ensino superior. Tudo isso é resultado de um trabalho sério, com investimento em infraestrutura, na formação dos docentes e nos trabalhos de pesquisa, ensino, extensão e inovação tecnológica”, ressalta Sônia, que também é reitora do Instituto Federal Catarinense (IFC).
Para entender o desempenho da Rede Federal no Enade, Sônia Fernandes explica que é preciso considerar alguns pontos, como a qualificação dos professores no processo de formação de docência e na titulação (segundo a plataforma Nilo Peçanha, do Ministério da Educação, 51% dos professores da Rede Federal possuem mestrado, 34% doutorado e outros 12% tem alguma especialização), além da busca da articulação da pesquisa, ensino, extensão “tendo a inovação tecnológica como eixo transversal nos processos de inovação”, como ela explica.
Rede Pública – Entre as instituições avaliadas pelo Enade, 85% eram privadas e 15% públicas. No entanto, as públicas se destacaram com as melhores médias do conceito Enade. Apenas 6,1% das instituições alcançaram a nota 5. Dessas, 82% são instituições públicas e 18% privadas. Na outra ponta, entre as instituições que tiveram nota 1 e 2 93% são privadas. A maior parte das instituições privadas obtiveram nota 3, na média do conceito.
Orçamento – O desempenho das instituições avaliadas no Enade 2019 voltou a jogar luz nas discussões sobre o orçamento previsto para a Educação em 2021. Segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual 2021, feito pelo Ministério da Economia, há a previsão de R$ 1,9 bilhão do orçamento de universidades e institutos no próximo ano. A contenção no orçamento não inclui as despesas obrigatórias, como pagamento de pessoal.
Instituições educacionais, como o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), que congrega 41 instituições – 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II – e parlamentares, temem que o corte coloque em xeque os investimentos e a qualidade da educação no período de pandemia e pós-pandemia.
O presidente do Conselho, Jadir José Pela, que também é reitor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), lembra que as instituições da Rede Federal não pararam durante a pandemia e se tornaram importantes polos de produção científica nas regiões em que estão inseridas. “Nosso corpo docente e nossos estudantes continuaram produzindo ciência e buscando solucionar problemas ligados ao enfrentamento à COVID-19 durante os últimos meses”, destaca.
No período pandêmico, a Rede Federal produziu, por exemplo, mais de 170 litros de álcool em gel, doou mais de 45 mil cestas básicas, mais de 79 mil protetores faciais e 202 mil máscaras de tecidos. “Estamos falando em corte no orçamento discricionário. É o dinheiro é usado para pagar energia elétrica, água, segurança e auxílio para estudantes. Sem esse recurso não conseguiríamos fazer um trabalho tão importante como o que tem sido feito na pandemia. O Enade mostra a importância a seriedade com que lidamos com o orçamento das nossas instituições. A Rede mostrou a sociedade como consegue gerir bem seu orçamento e dar resultados de qualidade”, finaliza Jadir.
Enade – O Exame avalia o rendimento dos estudantes concluintes dos cursos de graduação de instituições públicas e privadas de todo o Brasil. Essa avaliação é feita por meio dos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, e o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.
A prova é aplicada desde 2004, pelo Inep e integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Foram 8.368 cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de engenharia, arquitetura e urbanismo, ciências agrárias, ciências da saúde e áreas afins; e cursos superiores de tecnologia nas áreas de ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, militar e de segurança.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Conif / Texto: Marcus Fogaça / Revisão: Fernanda Torres / Foto: Comunicação IFNMG
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