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Algumas palavras sobre afetividade e aprendizagem

Criado: Quarta, 28 de Outubro de 2020, 14h02 | Publicado: Quarta, 28 de Outubro de 2020, 14h02 | Última atualização em Quarta, 28 de Outubro de 2020, 16h09 | Acessos: 1012

Não há como se falar em desenvolvimento humano desconsiderando-se a afetividade, pois sabe-se que ela diariamente exerce impacto em nossas ações, interferindo e sofrendo interferência das interações que fazemos com o mundo que nos cerca. Desde o início da vida, estabelecemos vínculos com as figuras importantes de cuidado, e é a partir dos vínculos familiares que se originam as primeiras experiências com a relação de ensinar e aprender, desde então já permeada pelo afeto.

O ambiente escolar constitui-se espaço privilegiado para o prosseguimento do desenvolvimento da personalidade dos sujeitos em construção, iniciado no círculo familiar. O desenvolvimento emocional e comportamental dos estudantes é significativamente impactado pelo convívio com os atores da instituição escolar. Essas relações estabelecidas nesse contexto podem atuar como facilitadoras do processo de aprendizagem ou, de modo contrário, podem desfavorecer o interesse por aprender. Pensando assim, não faz sentido que a escola seja apenas um lugar de transmissão de conteúdo.

Mas, afinal, o que vem a ser o que chamamos de aprendizagem? Podemos pensá-la como o processo de aquisição de conhecimentos a partir da interação com o outro e com o mundo, tendo como resultado algumas mudanças: de comportamentos, de interesses e de afetos. 

Esse processo acontece, então, mediante interações sociais, que nos proporcionam experiências que envolvem fatores emocionais, biológicos e relacionais. As mudanças de comportamento decorrentes dessas trocas sociais são elaboradas pelo sujeito para se adaptar ao ambiente em que vive da forma como percebe ser possível naquele momento e naquele contexto, com os recursos que possui, ou usando esses recursos para adaptar o ambiente de forma a atender melhor suas necessidades. Sendo assim, o indivíduo é transformado e transformador do ambiente.

Estudiosos da Psicologia e da Educação lançaram luz sobre a ideia de que a essência da aprendizagem está diretamente relacionada à interação do sujeito com os estímulos externos recebidos. Isso significa dizer que nenhum conhecimento é absorvido de maneira neutra, pois o que ocorre é uma interação do sujeito com aquele objeto de conhecimento, a partir de suas experiências prévias com aquele conteúdo e de sua interpretação sobre o que é ensinado. Essa interação com o conhecimento também é mediada pela afetividade, que, como observamos, impulsiona o ser humano a entrar em contato com o mundo que o rodeia.

As sensações proporcionadas em cada experiência definem se teremos interesse em entrar novamente em contato com aquele contexto ou se passaremos a evitá-lo. Do mesmo modo, as sensações irão definir se teremos mais interesse em aprender um conteúdo com o qual estivemos em contato ou se será penoso buscar desenvolver essa aprendizagem. Assim, quando o sujeito se sente seguro e confiante no ambiente em que está inserido, apresenta maior facilidade de aprender.

Todos nós temos lembranças positivas e negativas do ambiente escolar. Ao longo de nossa atuação, ouvimos histórias de estudantes que escolheram seu futuro profissional em decorrência de uma memória positivamente afetiva com relação a um professor, e histórias de estudantes que são incapazes de escrever um texto, ou têm muita dificuldade de apresentar algum trabalho, porque ouviram algum comentário grosseiro feito por algum professor, referência tão importante em sua busca por desenvolvimento. O professor não pode ser definido como o único responsável pelo desempenho escolar do estudante, porém, não há dúvidas sobre sua enorme relevância nesse processo.

Compreende-se, dessa maneira, o quanto é importante que os professores também estejam inseridos em um ambiente laboral que possibilite o bom desenvolvimento de seu trabalho. O processo de ensino-aprendizagem é beneficiado quando há o sentimento de pertencimento, de boa comunicação com os outros atores institucionais, de reconhecimento e de presença dos suportes necessários.

 

Iasmin Santos da Rocha Pinto

Lorena Silva Costa

Marina Lima Carvalho Branco

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