SERNEGRA 2020 discute saberes afrocentrados a partir das periferias
Entre os dias 24 e 27 de novembro de 2020, acontecerá o IX SERNEGRA Neste ano, a Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça do IFB busca a realização de reflexões sobre as periferias, tomando-as como espaços de produção de conhecimento afrocentrado e de estratégias de combate ao racismo, sexismo e classicismo. O objetivo do evento é visibilizar e problematizar as relações entre raça, gênero e classe, aproximando conhecimentos acadêmicos e epistemologias afrocentradas enraizadas nas periferias.
Em função da situação de pandemia provocada pela Covid-19, neste ano o evento acontece de modo virtual. A programação começa no dia 24 de novembro com a mesa de abertura, exibição de filme e lançamento de livros. O evento continua nos dias 25, 26 e 27 de novembro com rodas de conversa em torno das temáticas: "A periferia é o centro", "Epistemologias afrocentradas" e "Masculinidades negras". O evento será transmitido pela TV IFB e pelo Facebook do SERNEGRA (https://www.facebook.com/SERNEGRA/), sempre das 16 às 18 horas.
A comissão organizadora do evento convida a comunidade do IFB para participar das discussões que compõem o Novembro Negro, que tem como símbolo o dia da Consciência Negra (20 de novembro). As novidades da programação serão divulgadas nas redes sociais do SERNEGRA e do IFB. O evento também contará com certificação para os participantes das atividades. As inscrições podem ser feitas no endereço https://www.even3.com.br/ix_sernegra/.
Programação
Terça-feira, 24/11
16h às 16h30 – Mesa de abertura com a Reitoria e Comissão Organizadora.
16h30 às 18h – Programação cultural: bate-papo sobre filme e livros lançados
No primeiro dia do SERNEGRA 2020, haverá uma mesa de abertura com a presença da Reitoria do IFB e da Comissão Organizadora do evento (Diene Silva, Paula Balduino, Renata Costa).
Segue à mesa de abertura a exibição do filme “Filhas de lavadeiras”, de Edileuza Penha, e o lançamento de três livros.
- Em “Insurreiças Mulheres de Minas”, Ana Cruz traz um diálogo entre mulheres que não se renderam e não se rendem às opressões racistas, sexistas e capitalistas, cujas vozes trazem a potência das periferias: lugar de produção intelectual, cultural e econômica.
- Em “Arte afro-brasileira – identidade e artes visuais contemporâneas”, Nelma Barbosa caminha em busca de referências para compreender como se tem identificado o artista afro-brasileiro contemporâneo. Nesse caminho, o livro mostra a força política da identidade negra na trajetória de artistas negros e denuncia um sistema interessado em dominar o assunto e lucrar com o produto, mas incapaz de confrontar o seu passado colonizador.
- Em “Narrativas Afrobixas”, Pedro Ivo traz um olhar fenomenológico sobre narrativas (auto)biográficas de integrantes do Coletivo Afrobixas, situado em Brasília/DF, com o intuito de desvelar os sentidos e as implicações formativas que emergem de suas histórias de vida como indivíduos constituídos na intersecção identitária entre negritude e homossexualidade.
Cineasta e escritoras batem um papo com a Professora Larissa Ferreira.
Quarta-feira, 25/11
16h às 18h – A periferia é o centro
No dia 25 de novembro, segundo dia do SERNEGRA 2020, a professora Renata Costa conduz uma roda de conversa sobre o tema que inspira o 9° ano do evento: A PERIFERIA É O CENTRO.
Nas periferias do Distrito Federal, do Brasil e do mundo fervilha cultura, conhecimento, criatividade, mobilização social. Muito mais do que lugar de produção e reprodução de violências, as periferias são espaços vitais de (re)existência afro-brasileira. São também pontos de conexão entre o campo e a cidade. Com Erika Lemos, Fab*Girl, Adriana Fernandes e Silvane Silva vamos conversar sobre arte, sobre cultura popular afrobrasileira, sobre alimentação e reforma agrária e sobre educação para as Relações Étnico-Raciais.
Quinta-feira, 26/11
16h às 18h – Epistemologias Afrocentradas
No terceiro dia do SERNEGRA 2020, a conversa é sobre EPISTEMOLOGIAS AFROCENTRADAS. Nome difícil?! Estamos falando sobre as formas de produção do conhecimento que se referenciam no legado afro-brasileiro. Para além de serem espaços de manifestações culturais negras, os quilombos, os terreiros de religiões de matriz africana e a capoeira são também lugares de aprendizagem de saberes constituídos coletivamente ao longo de séculos e que, hoje, são valiosos para cuidar de si – do corpo e do espírito –, e para se relacionar com as outras pessoas, com a terra, com as águas, com as plantas e com os animais. Nesse dia, a professora Paula Balduino media a conversa com Humberto Santana Júnior, Paula Barreto, Sandra Braga e Wanderson Flor.
Sexta-feira, 27/11
16h às 18h – Masculinidades Negras
No último dia do SERNEGRA 2020, vamos falar sobre MASCULINIDADES NEGRAS. Ao longo de sua existência, a Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça dos Institutos Federais trouxe a questão das mulheres negras em primeiro plano. Neste ano, o tema que nos conduz, “a periferia é o centro”, convoca a reflexão sobre a situação de meninos, jovens e homens negros, grandes vítimas das violências que assolam as periferias. Mas…. Não vamos falar só de dor! O professor Pedro Ivo convida Jamir Garcez, Joyce Marques, Linniker Corado e Raio Gomes para falarmos sobre masculinidades negras que se constituem criativamente nas interfaces com os esportes, com os terreiros, com as mobilizações socioculturais. Vamos falar sobre a intersecção identitária entre negritude e homossexualidade. Vamos olhar para as nossas diferenças com generosidade, sabendo que o aquilombamento de nosso povo sempre foi o caminho da (re)existência.
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