PROEJA é destaque em Diálogos Formativos
A retomada dos Diálogos Formativos pela Pró-Reitoria de Ensino trouxe como tema do mês o Proeja, analisado pelos professores José Luís Leite, nosso colega do IFMT, Campus Cuiabá, e Márcia Castilho, coordenadora do Proeja na Escola Técnica de Ceilândia (DF). O Mato Grosso foi um dos estados selecionados pelo Ministério da Educação para desenvolver um projeto piloto de Proeja, associado à formação em Construção Civil. Outras unidades da Rede Federal foram selecionadas em São Paulo (Eletromecânica) e em Santa Catarina (Hotelaria).
A seleção dos setores atendeu a duas dinâmicas: o crescimento da economia nacional, que demanda mão de obra qualificada, e os eixos de desenvolvimento do Programa de Aceleração do Crescimento/PAC, que induz e apoia o desenvolvimento setorial, com influência sobre os arranjos produtivos locais. José Luís Leite relatou que a experiência do IFMT é muito interessante e que já permite algumas deduções que poderão ser aplicadas em toda a Rede Federal, e não somente no Campus Cuiabá. “É preciso acompanhar o nosso egresso, pois ele já foi excluído uma vez do ensino formal e não pode ficar sem apoio e assistência. Sem o acompanhamento do egresso, não temos como verificar a efetividade de nosso ensino e a continuidade de sua trajetória no mundo do trabalho. Sem o feedback, não podemos aprimorar os nossos procedimentos e didática”, observou.
Ele alertou, ainda, para a necessidade de certificação do aluno a cada módulo concluído, pois esse certificado é também fator de motivação. “Esta avaliação pode ser realizada junto com o Certific, quando houver condições para isso”, sugeriu . “Outro tema relevante para os administradores é o total empenho dos recursos”, alertou, explicando que a devolução de recursos do Proeja é um desgaste para a coordenação do programa e para os seus administradores locais.
Já Márcia Castilho alertou que o aluno Proeja é muito específico e que ele precisa ser convencido a retornar à sala de aula, sendo necessário falar com ele diretamente, uma vez que a mídia tradicional não o alcança, e “por qualquer motivo ele abandona a sala de aula”, acrescenta. Para ela, é preciso estimular constantemente este aluno que “foi expulso do ambiente escolar no passado, mas que agora se esforça para retornar à sala de aula. A ignorância – observou _ não é uma opção; ele foi excluído, não optou por isso. E a capacidade deste aluno é confrontada, diariamente, com a desigualdade social”.
Nesse sentido, disse Márcia, o currículo do Proeja deve ser uma tecitura, em que as tramas são as disciplinas operando em sistema de transversalidade, sem desconhecer que este aluno chega à sala de aula já dominando saberes. “O currículo integral é uma concepção pedagógica que reflete esta estratégia e rompe com o saber mecânico. É preciso um currículo que rompa com a lógica da disciplina com sua carga horária”, explicou.
Segundo a coordenadora do Proeja da Escola Técnica de Ceilândia, esta nova forma curricular enfrenta o desconhecimento dos conselhos escolares e de educação, que têm dificuldades com eixos norteadores e transversais. “A tecitura é a árvore do conhecimento, onde todos os galhos se interligam. Na educação autêntica, tudo se define como um processo de envolvimento. Então – finalizou – para nós o interessante é partir da necessidade imediata do aluno, tentando trabalhar em grupo, valorizando os saberes que ele traz para a escola, e promover o empreendedorismo no sentido de sua participação comunitária, como forma de introduzi-lo nas questões da cidadania.
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