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Diálogos - Profissionalização contribui para mulheres sudanesas conquistarem cidadania

Criado: Segunda, 11 de Junho de 2012, 12h35 | Publicado: Segunda, 11 de Junho de 2012, 12h35 | Última atualização em Quinta, 05 de Dezembro de 2013, 10h22 | Acessos: 2853

Entre os dias 4 e 6 de junho Samia Shabo esteve no IFB. Nesses três dias, estudantes, servidores técnico-administrativos, professores e membros da comunidade puderam conhecer experiências de Samia Shabo faz palestra em Taguatinga Centro.capacitação de mulheres em um País distante do nosso, longe na distância mesmo, assim como distante na cultura e nos costumes, porém com grandes semelhanças no desenvolvimento humano e na desigualdade social. Muitos dos problemas sociais que se observam no Sudão podem ser vistos igualmente no Brasil.

Samia Shabo veio ao IFB conhecer nossas experiências no combate às desigualdades, ver como funcionam nossas tecnologias sociais, mas também trouxe muito. Ela comanda, no Sudão, uma ONG que já capacitou milhares de mulheres pobres para ingressarem no mundo do trabalho e conquistarem seus direitos. Também capacitou e conscientizou outras tantas sobre o que são capazes de fazer.

Durante a visita, Samia deu várias entrevistas para o Portal IFB e também atendeu todos que queriam conhecer a experiência sudanesa com a capacitação de mulheres. Um ponto que chamou atenção foram as fotos. Samia, fez – literalmente – milhares. Ela mesma tem uma explicação para tanto interesse das brasileiras em fazer fotos ao seu lado. “É a roupa colorida e diferente”, explicou Samia. Abaixo, eis  a entrevista específica para o Diálogos IFB.

Portal IFB – Samia, o que é exatamente o Sudanese Business Women Development Center (SBWDC), a instituição que a senhora lidera no Sudão?
Samia Shabo – É uma Organização não Governamental (ONG) que fica no Sudão, no centro da África, e busca o desenvolvimento para este público especifico, as mulheres.

Portal IFB – Nosso Reitor, o professor Wilson Conciani, declarou-se impressionado com as ações do SBWDC na capacitação de mulheres. Como é esse trabalho?
Samia - Nós começamos esse trabalho em 2009 e tivemos muito sucesso com as mulheres. Oferecemos dois tipos de cursos, mas antes de ofertarmos os cursos realizamos, por meio de formulários, entrevistas com essas possíveis estudantes, para saber o que elas querem. Os cursos são tanto para empresárias que podem ter empresas maiores quanto para mulheres que queiram iniciar um pequeno negócio.

Nos cursos para pequenas empresárias nós ensinamos como iniciar um negócio e qual a melhor área para atuar, por exemplo. Já para as mulheres que atuam em empresas maiores, ensinamos como estabelecer acordos, como fazer uma relação de negócios, como lidar com isso.

Portal IFB – No Ocidente existe – para muitas pessoas – uma ideia pré-formada da mulher muçulmana. Qual o papel da mulher na sociedade sudanesa atualmente?
Samia – Ainda é difícil as mulheres virem para nossos cursos, para essas ações, por elas mesmas, por isso há a necessidade  dessas instituições chamarem as mulheres, realizarem festivais, convidar, explicar como essas coisas funcionam, conscientizar as sudanesas que ainda estão muito retraídas. Então, elas passam a frequentar esses festivais e ficam sabendo como lidar com questões como a religião e a convivência com os direitos das mulheres.

Portal IFB -  Se observarmos o mundo árabe, vamos encontrar países como a Arábia Saudita, onde há forte restrição aos direitos das mulheres, e vamos observar também lugares como o Líbano ou mesmo a Síria, onde há uma série de direitos das mulheres que são respeitados. Nesse sentido, onde se encontra o Sudão?
Samia -   No Sudão, as mulheres tem 25% das vagas no parlamento, isso não ocorre no Brasil. A sociedade está começando a se abrir para as mulheres e elas estão tendo chances de se inserir na sociedade igual os homens. O que faltava antes era dar essa oportunidade, deixar que elas soubessem que tinham essa possibilidade, essa chance, e isso está ocorrendo atualmente.

Portal IFB -  Qual a diferença entre a situação das mulheres sudanesas na capital do país, Cartum, e no interior?
Samia – Em alguns locais é muito difícil, as mulheres não sabem escrever, não sabem ler; porém, em Cartum, isso tudo é mais fácil. A cidade é mais desenvolvida.

Portal IFB – Qual a maior dificuldade das mulheres sudanesas para se incluírem no mundo do trabalho?
Samia – Há 50 anos era muito difícil a mulher ter um posto na sociedade, conseguir trabalhar, conseguir desenvolver alguma coisa na sociedade. Agora há ministérios do governo que realizam políticas voltadas para inserir a mulher no mundo do trabalho e na sociedade. Estão oferecendo oportunidades para as mulheres virem e participarem no mundo do trabalho.

Existe uma política de Estado para inserir a mulher no mercado de trabalho. Há muitas oportunidades. Está começando a se tornar mais fácil hoje nas cidades maiores. A escola oferece a mesma educação para meninos e meninas. Em regiões menos desenvolvidas há – ainda – diferenças, menos chances para meninas que para meninos, mas nos grandes centros isso não ocorre mais.

Depois que a mulher sai da universidade, se ela não consegue um emprego com o governo ou com o  auxílio do serviço social, ela fica em casa. O que fazemos é incentivá-las a irem para o mundo do trabalho, mostrar-lhes que podem trabalhar por conta própria.

Portal IFB -  O que a senhora espera dessa parceria com o IFB?
Samia -  Desde o primeiro contato  com o professor Conciani – quando ele esteve no Sudão e me convidou para vir conhecer o IFB – eu me interessei. Participei do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica em Florianópolis e fiquei muito feliz com isso.

O professor Conciani conheceu o nosso trabalho, o Centro de Desenvolvimento  para Mulheres. Espero fazer um grande acordo com o IFB, com o Brasil, um grande acordo entre o Brasil e o Sudão, e consequentemente entre o IFB e o SBWDC. Fiquei muito feliz de conhecer o Brasil. Achei o  País muito bonito e a cidade de Brasília  limpa. Quero voltar e trazer minha família.

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