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Povos Indígenas no IFB: Audiovisual como vocação

Criado: Segunda, 17 de Abril de 2023, 16h30 | Publicado: Segunda, 17 de Abril de 2023, 16h30 | Última atualização em Segunda, 17 de Abril de 2023, 16h31 | Acessos: 508
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O Instituto Federal de Brasília traz nesta série especial em comemoração ao "Dia dos Povos Indígenas" (19 de abril), estudantes e servidores do IFB que representam os povos originários do nosso país.  

Em 2022, 76 estudantes do IFB se autodeclaram como indígenas, conforme registro na Plataforma Nilo Peçanha. Vamos conhecer a perspectiva de alguns destes estudantes que fazem da sua identidade "voz" para suas causas e, inovam com um olhar diferenciado sobre suas atuações em setores criativos de produção no Distrito Federal.   

Conheça um deles:

Levi Tapuia

Etnia: Tapuia e Kariú Kariri
25 anos, nascido em Brasília
Estudante de Técnico em Eventos no IFB Campus Brasília

Com o que trabalha? Audiovisual, filmes, séries e fotografia em geral

Como foi descobrir a fotografia como vocação? Comecei a fotografar pelo celular com meus treze anos de idade, mas ainda não via a fotografia e o audiovisual como profissão. Dei sequência nesta atividade, editando fotos para alguns dos fotógrafos mais famosos do Brasil. Recebi apoio de muitas pessoas e admiração pelos registros realizados pelo celular. Então, decidi estudar fotografia, até que consegui pagar meu primeiro curso na área e aí não parei mais. Em 2018, me inseri no movimento pela "Mídia Índia" onde peguei mais paixão ainda pelas ferramentas fotográficas e de vídeo.  Fui um dos primeiros participantes do Mídia Índia e da Comunicação Indígena, onde dedicamos a atenção a contar por meio de um projeto nossa própria história e lutas, através das lentes .

De que forma o IFB influenciou na sua escolha? O IFB foi o espaço acadêmico que me ofereceu a possibilidade de desenvolver o que eu já amava: as produções criativas nas áreas de Fotografia e Audiovisual. No IFB percebi e pude conhecer muito mais alternativas dentro do audiovisual a serem exploradas.


A fotografia na sua vida é...... Vida e resistência! É o poder de congelar um momento para sempre, de poder contar a história do meu povo e de todos os povos indígenas pelo nosso olhar. Hoje representa a principal forma de defesa de muitos territórios e a comunicação das mídias indígenas têm mostrado o que está acontecendo em cada território. Tenho orgulho de fazer parte dessa revolução.


Qual sua contribuição para o audiovisual hoje? 
Hoje minhas fotografias ajudam na divulgação de toda luta indígena, no resgate e fortalecimento da Cultura, na valorização e força dos meus ancestrais, nos cantos e até em nossa língua, para que jamais sejamos esquecidos. E para que novas gerações venham lutar  por nosso direito e pelo nosso planeta.


Quais trabalhos fotográficos de outros autores que chamam a sua atenção? Confesso que hoje em dia são os trabalhos de amigos meus, alguns que iniciaram ao meu lado e de outros que já desenvolviam esses materiais antes de mim, como Afotogracria - Salem, O Guajajara, Edigar Xakriabá, Pricila Tapajowara, Mre_gaviao e Itgrabiel.


Qual o seu estilo fotográfico?  Meu foco é o apelo cultural - o que enxergo e o que pode contribuir com a nossa causa e a diversidade de cada povo. Poder fotografar o que a gente vive, sem ensaio, sem pose e de forma espontânea -  o que vivemos é mágico e isso que apresento nas minhas fotos. A verdade, os sentimentos, os cantos, as cores  retratadas nas pessoas.


Como cidadão, como você se percebe hoje no nosso país? Me coloco como artista, como terapeuta e como ativista e comunicador indígena. Sei que venho influenciando uma geração incrível de fotógrafos e comunicadores indígenas, além de lutar com minha lente contra o desmatamento, racismo para que nosso planeta sobreviva para as próximas gerações. E para a sobrevivência de nós, povos indígenas, pois sem os povos indígenas não há preservação do meio ambiente e do planeta.


Quais as perspectivas positivas e negativas em relação às políticas públicas para os indígenas? Hoje a política tem sido algo muito novo no movimento indígena, mas aprendemos o quanto é importante sermos representados pela política. Conseguimos finalmente implantar o Ministério dos Povos Indígenas e temos um representante legítimo dentro da política para defender nosso ponto de vista. E, claro como sempre digo e reforço: "Deixe que os povos indígenas cuidem dos povos indígenas".

Para conhecer o seu trabalho? Tenho dois perfis no Instagram: @levitapuia e @waya_photo 

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