Povos Indígenas no IFB: Cinema e Arte
Dando continuidade, a série especial em comemoração ao "Dia dos Povos Indígenas" (19 de abril), a entrevistada é a estudante Ramona. Ela trabalha com produções de "Moda e Fotojornalismo" e é incentivadora do Mercado Sul Vive, ocupação cultural em Taguatinga.
Com a palavra Ramona Jucá (nome artístico Giulliana Lethícia da Silva Mendes)
Etnia: Potiguara Ibirapi
Idade: 23 anos
Nasceu em Taguatinga, no Distrito Federal
Egressa do Curso Técnico em Produção de Áudio e Vídeo do IFB Recanto das Emas
Com o que trabalha? Multiartista e Produtora Audiovisual Autônoma
Como foi descobrir a fotografia como vocação? Na minha perspectiva registrar momentos é histórico, é história e, é tecnologia ancestral. A fotografia potencializou a minha capacidade de me perceber e de ver o mundo à minha volta, fazendo registro de momentos e da cultura do meu povo. Me sinto feliz de contribuir com esse grande acervo histórico que é o registro do agora e, do que se foi - para que no futuro seja lembrado.
De que forma o IFB influenciou na sua escolha? No IFB aprendi que mesmo que posso ser protagonista da minha história, posso dirigir meus filmes, roteirizar meus documentários e registrar o meu olhar para o mundo.
A fotografia na sua vida é... Portal de memória!
Qual sua contribuição para o audiovisual hoje? Faço parte de uma produtora na qual fazemos videoclipes e produções musicais, impulsionando jovens artistas periféricos. Atuo como ativista da Tecnologia, Arte & Cultura Ancestral na perspectiva do cinema de guerrilha, ensinando outras pessoas a produzir com o que temos e como o celular é uma ferramenta de denúncia. Afirmo que nós, enquanto pessoas indígenas. temos que estar ocupando as redes e contando nossas histórias.
Qual o seu estilo fotográfico? Moda e Fotojornalismo. Prefiro trabalhar com produções que contemplem a imagem de espaços, pessoas e viagens.
Quais trabalhos fotográficos de outros autores que chamam a sua atenção? Webert da Cruz - @webnaweb Salen Fotogracria - @afotogracria e Matheus Alves - @imathuesalves
Quais as perspectivas positivas e negativas em relação às políticas públicas para os indígenas? Ter pessoas indígenas ocupando cargos políticos é o começo de um grande trabalho de reparação que precisamos ter no país. O Brasil é uma terra indígena, somos mais de 300 povos de diferentes biomas e diferentes culturas, mas a luta coletiva é pela Mãe Terra e pela existência dos que ainda estão por vir e, por aqueles que lutaram para que hoje estivéssemos aqui. Demarcar nossas terras e lutar contra o garimpo ilegal é urgente, nossos territórios ainda estão sob ataque, precisamos de mais pessoas indígenas a frente pensando e representando nossa luta pelo direito de viver com dignidade por que ainda sim a realidade que temos é um descaso com a saúde indígena e a garantia de direitos básicos para pessoas indígenas seja nas aldeias ou na cidade.
Como cidadão, como você se percebe hoje no nosso país? Que continuo lutando para existir!
Tem um perfil no Instagram ou Flickr: @ramona_onija, @giu_molotov_av e @estudio
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