Último dia do II Fórum é marcado com manhã de oficinas com temas sobre a Inclusão
Nesta quinta-feira, 29, aconteceu o último dia de atividades do II Fórum Distrital de Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva. Pela manhã, o grande destaque foram as oficinas discutindo o tema inclusão. As palestras foram divididas em dois horários – das 8h às 10h e das 10h às 12h – para que todos pudessem participar dos assuntos abordados. A colaboração dos participantes nas oficinas foi proveitosa e eles puderam tirar dúvidas com profissionais especializados na área.
Uma das oficinas que chamaram a atenção do público foi a de "Surdocegos". Fátima Nascimento, coordenadora da atividade, fala da importância do guia-intérprete na vida de um surdocego. "O portador de necesidades específicas acha que só ele tem deficiência auditiva e de comunicação. Quando ele conhece outras pessoas com as mesmas características ou semelhantes, ele começa a pensar que o problema não está só nele", explica Fátima.
Segundo a coordenadora, quando o surdo encontra pessoas que tenham algo em comum, forma-se um grupo, assim como um cego se reconhece num grupo de cegos, um baixa visão encontra-se no grupo de pessoas com baixa visão. "Em Brasília existe um grupo de surdocegos que é composto por 74 pessoas. Eles sempre se encontram para trocarem informações", conta.
Adryana Kleyde, professora e guia-intérprete de alunos especiais do Centro de Ensino n.º 7 de Ceilândia, encara diariamente a necessidade de materiais para trabalhar com alunos surdocegos. "Os desafios que nós, professores, enfrentamos é a questão do material. Não existe apetrechos pra eles, ou seja, temos que fazer adaptação de materiais, ensinar o braile", afirma a professora.
Desde 2006, foi garantida a figura de guias-intérpretes, que é o professor na função de guia e intérprete. Esse profissional faz a tradução da língua-alvo para a linguagem-fonte, que é a linguagem usada pelo estudante para ter acesso à formação acadêmica.
"A importância do profissional guia-intérprete na vida de um surdocego é incrível, porque, se não houver esse profissional, ele vai ficar alheio. Este é o meu papel: mostrar o mundo para o surdocego, mostrar que ele tem capacidade de ter autonomia na vida diária dele, sem depender das pessoas. Eu preciso ter afinidade com o surdocego; nós precisamos ser amigos, passando confiança um para o outro", finaliza a professora Adryana.
Outras
Além da "Surdocegos", também foram realizadas as oficinas de Audiodescrição; Educação Bilíngue; Flexibilização Curricular; Gestão de Projetos Inclusivos; Diversidade Sexual; Mulher, negra, pobre e deficiente; Proeja: a aula dos jovens e dos adultos – dicas para o cotidiano; e Deficiente Intelectual: um desafio para inclusão.
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