Democracia é quando você ajuda a mudar
Há 50 anos, nesta data, o Brasil foi jogado na aventura de um golpe civil-militar. Diz a história que civis, mídia, empresariado, ruralistas e setores da classe média urbana juntaram-se aos conspiradores da caserna - apoiados pelo governo dos Estados Unidos - em troca de homens, armas e dinheiro.
21 anos depois, com cerca de 400 mortos e desaparecidos, o golpe perdeu o apoio civil-empresarial, pois passou a ser entrave à dinâmica requerida pela economia internacional.
De 1980 para cá, o Brasil vem recuperando sua trajetória institucional. Primeiro, ampliou os espaços de organização e de discussão política e social. Reorganizou, ainda, o aparato do Estado para que, efetivamente, estivesse presente no cotidiano popular.
Nesta nova frente de luta, que já duram três décadas, alguma evolução é notória, especialmente no caminho da Justiça Social e da Distribuição de Renda. Às vezes, com acerto e maior participação popular; em outras, com certo vacilo em relação à necessidade premente da construção de uma política social de massa - ampla e participativa.
Muitas vezes, essa evolução confunde consumo e consumismo com cidadania, uma vez que dois terços da população brasileira estavam condenados à miséria, à fome, à pobreza e à indigência escolar e intelectual.
É fato que o consumo não respalda a participação social, nem cria ou sustenta novos rumos políticos de uma nação. É necessário mais. Daí a urgência de se preparar essa massa humana, que ascende ao consumo, para, com os instrumentos da autonomia e do discernimento, conquistar oportunidades, contribuindo assim para o Brasil assumir um papel ativo no cenário da transformação humana.
Aos Institutos Federais compete contribuir para o fortalecimento dessa jovem democracia, mormente no papel de transformar pessoas em protagonistas de seu destino, por meio da oferta de uma educação pública, gratuita e de qualidade à maioria das pessoas que queiram tomar para si as suas vidas e criar as suas oportunidades.
Desde o início, o Instituto Federal de Brasília/IFB entendeu e se engajou neste processo, pois está construindo diversos campi e oferecendo cursos nas áreas geográficas de maior densidade populacional, de baixa renda e baixa escolaridade, para que seus alunos tenham mais oportunidade e formação. Dessa forma, o IFB contribui para a formulação de políticas públicas que oferecem novas oportunidades a mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade social. Paralelamente, oferece cultura e arte para os filhos e filhas dessa clientela.
Ao expandir a oferta de ensino, arte, cultura e educação, o IFB expande as oportunidades e os campos de trabalho para brasileiros e brasileiros naturalizados, que hoje são servidores de nossos campi no Distrito Federal, legitimamente selecionados por concurso público e efetivados por seus méritos, conhecimentos e capacidades. O IFB também se antecipou em incluir aqueles que têm necessidades específicas.
São bandeiras do IFB, independentemente da gestão que ocupe os espaços: a defesa do meio ambiente, os espaços democráticos internos (consultivos e deliberativos) - conselhos, fóruns, comissões, coordenações etc, ocupados por intermédio de eleições diretas, em que colegas fiscalizam e conduzem os procedimentos eleitorais. O IFB ainda tem estimulado a organização estudantil, criado fóruns de ampliação do debate e da democracia interna. Dessa forma, participativa e democrática, o IFB vai construindo as perspectivas que se traduzirão na identidade institucional forte e respeitada.
Ao lado desse processo, ampliam-se os mecanismos sociais de vigilância, controle e fiscalização dos atos acadêmicos e administrativos, pela adoção de políticas, normas e procedimentos que induzem servidores e alunos a participarem e acompanharem – até mesmo criticarem - os atos de gestão do IFB.
Por essas e outras tantas razões, a trajetória do IFB é de aprendizagem: aprendendo a construir uma escola participativa e transformadora.
No IFB, ou no Brasil, não há democracia sem pessoas.
Graças, portanto, a você, estudante, servidora e servidor, estamos transformando, de forma solidária, injustiças e restrições em oportunidades. Isso é fazer democracia.
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