Sernegra debate violência institucional
As atividades do segundo dia da III Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça (Sernegra) do Instituto Federal de Brasília (IFB), iniciaram na manhã de quinta-feira, 20 de novembro, no Campus Brasília. Na abertura, o tema da mesa de debate foi “A lei ao meu redor, a lei que eu não queria. Violência Institucional e a questão de classe, de gênero e raça”.
Para falar sobre o assunto, foram convidados o deputado federal, Jean Wyllys, a pesquisadora da Justiça Global, Juliana Farias, e a mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, mais conhecido como DG, Maria de Fátima da Silva. O debate ainda contou com a mediação reitor substituo do IFB, Adilson César de Araújo.
A pesquisadora da Justiça Global, Juliana Farias, abriu o debate com uma reflexão sobre a morte de Claudia Silva Ferreira, que morreu durante uma ação policial. Juliana Farias, falou também sobre sua gratidão por ser convidada para participar de um debate sobre classe, gênero e raça mesmo não sendo uma mulher negra.
“Enquanto uma mulher não negra, estou principalmente apreendendo com a plateia. A minha trajetória profissional não seria a mesma se não fosse por causa de mulheres como Maria de Fátima, mulheres que estão na resistência. O Sernegra é um espaço onde as pessoas podem perguntar, tirar suas dúvidas e buscar respostas para o que acontece”, afirmou a pesquisadora da justiça global.
Maria de Fátima, a mãe do dançarino DG, encontrado morto no Rio de Janeiro durante uma operação da Polícia Militar no Pavão-Pavãozinho, contou como tem sido a sua militância após a morte do filho. Maria de Fátima diz que atualmente o seu objetivo é lutar por justiça.
“Essa é a maneira que encontrei de levar minha luta a diante. Nesse debate tive a oportunidade de contar realmente o que aconteceu comigo e com o meu filho”, revelou Maria de Fátima.
A professora Nelma Barbosa, do Instituto Federal Baiano, veio a Brasília para participar do Sernegra por acreditar que este é um espaço de troca de saberes e experiências.
“As discussões sobre as questões étnico-raciais precisam de espaços dentro dos Institutos Federais. Nós profissionais precisamos constituir a rede de estudos afro-brasileiros e fortalecer uma política de ensino que realmente cumpra o papel de formar profissionais solidários”, afirmou Nelma.
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