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Alunas do Mulheres Mil lançam livro na Estrutural

Criado: Quinta, 18 de Dezembro de 2014, 20h25 | Publicado: Quinta, 18 de Dezembro de 2014, 20h25 | Última atualização em Sexta, 19 de Dezembro de 2014, 11h54 | Acessos: 2259

Com direito a tapete vermelho, Mulheres Mil lançam livro: “A expressão de mulheres excluídas em Poemas e Diários

Uma noite para fazer jus ao nome, “Mulheres Mil”. Elas desfilaram em tapete vermelho, ouviram a declamação de seus textos e autografaram o livro que carrega as suas obras. Assim foi a noite da última quarta-feira, 17 de dezembro, onde as alunas da primeira turma do Mulheres Mil, em âmbito nacional, puderam ver o lançamento do livro "Tertúlia Literário Dialógica: A expressão de mulheres excluídas em Poemas e Diários".

O projeto de extensão Tertúlia Literário foi financiado pela Pró-Reitoria de Extensão de Instituto Federal de Brasília (IFB) e começou no ano de 2012, no Campus Taguatinga Centro. A atividade ficou sob coordenação da professora Jane Christina Pereira e da técnica Ana Paula Santiago Seixas, com participação efetiva de técnicos, estudantes e terceirizados do campus.

A inciativa consiste em vivenciar a literatura e a expressão corporal como fonte de conhecimento instrumental, pedagógico e de si mesmo. Aqui no Brasil, a professora Jane é a única da área de letras que trabalha com a tertúlia. 

Antes da apresentação do texto de cada uma das alunas que participaram do livro, o reitor do IFB, Wilson Conciani, destacou que a inciativa reflete o projeto dos institutos federais em geral, que é o de promover a oportunidade da vida.  E por meio da profissionalização, trazer dignidade as pessoas. 

“Os institutos federais inverteram a lógica e a gente passou a atender os grupos que estiveram excluídos, aqueles que sempre estiveram à margem da escola. Para eles, a melhor escola. E nós estamos aqui por isso. O Tertúlia nos proporcionou trazer mulheres que não tiveram oportunidade de estarem na escola anteriormente para agora estarem na escola e se prepararem para a continuidade desse projeto”, disse o reitor do IFB.

Já a professora Jane Pereira, acredita que o verdadeiro sentido do trabalho de um educador é a emancipação e, sem isso, há apenas a reprodução de conteúdo vazio. “É uma realização enquanto pesquisadora e educadora onde poucas vezes a teoria e prática tem um casamento felicíssimo. Hoje essas mulheres são minhas amigas. A nossa relação é de afeto profundo. Eu também me modifiquei junto com elas, eu também tinha problemas e juntas a gente foi se refazendo”, compartilhou a professora. 

Encontrando a autoestima e emancipação na literatura 

Foi a noite do lançamento de uma obra literária produzida por elas, mas acima de tudo, foi a coroação da soma de esforços e trajetórias de mulheres que viram a autoestima e a possibilidade de novas oportunidades ressurgirem em suas vidas. 

É o que relata Marisa, uma das alunas que teve seu texto publicado no livro e que acredita que o projeto transformou e abriu novos horizontes para cada uma das participantes. 

“A vida da gente é difícil, a vida de quem mora na favela, de uma mulher. É muito complicada a luta, o dia-a-dia. Vale a pena frisar a transformação, cada uma de nós voltamos a estudar, estamos buscando espaço na sociedade. Não aceitamos mais aquela vidinha, a gente quer o nosso espaço. Vi pessoas que não se sentiam capazes, não se sentiam alguém dentro da sociedade, hoje a transformação na vida de cada uma dessas mulheres foi demais”, revelou Marisa. 

Quem também emocionou os parentes presentes na plateia e cada uma das pessoas que foram contemplar esse momento foi Ivone. Ela que também teve um texto publicado, compartilhou que o projeto a ajudou a resgatar sua autoestima e confiança. 

“O que mais trabalhamos foi nós mesmas. A mulher que se sentia rebaixada, que não se valorizava, achava que não era capaz e que não iria ser. No grupo de tertúlia foi onde eu vi que tudo aquilo que eu ouvi de pessoas era mentira. Eu achava que uma mulher para se sentir amada, se sentir desejada, ela tinha que se arrumar ou vestir uma roupa curtinha para que o homem visse que existia uma mulher dentro daquela roupa. Depois eu descobri que não. Que nós mulheres não precisamos de roupas ou sapatos bonitos para que as pessoas enxerguem quem somos, mas sim, das nossas atitudes”, concluiu Ivone. 

Ao final do evento, que contou com apoio do Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Federal (SINASEFE), cada participante recebeu de lembrança mudas de árvores urbanas simbolizando a vida. Uma ação conjunta com a cooperativa Rede Terra para todos os convidados, pensando na educação integral e na sustentabilidade. 

 

 

 

 

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