Semana da Mulher: "Nunca desistam dos seus sonhos!"
É o conselho de Maria Aparecida, que aos 49 anos trabalha como copeira no IFB. O seu trabalho, assim como o Instituto, é servir ao próximo. E ela não ficou para trás, acompanhou as mulheres que vêm conquistando espaço, que antes eram ocupados somente por homens. Já fez o curso de pintora e quer ainda fazer o curso de mecânica, azulejista e auxiliar de pedreiro.
Mas por trás de tanto carisma e de um sorriso contagiante, Cidinha - como também é conhecida - carrega uma história de muita luta e desafios.
Nascida na cidade de Posse (Goiás), veio aos 4 anos de idade para o Distrito Federal. Ainda quando criança, começou a trabalhar para ajudar a mãe em sua casa. Ficou viúva cedo, mas não deixou de dar duro para cuidar de suas duas filhas.
Embora tenha passado por dificuldades, Cidinha aconselha que as mulheres: Que sonhem e não desistam dos seus sonhos. Uma receita que ela segue, pois seu grande desejo é construir a sua casa.
No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher e, ao longo desta semana, o IFB faz sua homenagem às mulheres. Iremos contar a trajetória por trás daquelas que compõem e estão construindo também a história do Instituto.
Conheça mais sobre a história de Maria Aparecida, uma entre tantas mulheres que trabalham no IFB e que se destacam pelo seu trabalho.
Cidinha, pode nos contar um pouco sobre sua história?
Trabalho no IFB desde 2013 e não tenho do que reclamar. Gosto de todo mundo aqui do Instituto. Nasci em Posse (Goiás), e vim morar em Brasília aos 4 anos de idade com meus pais.
Vivi muitas dificuldades. Foi assim que minha mãe criou 7 filhos, uma já falecida. Só após muito tempo as coisas começaram a melhorar. Sempre trabalhei, comecei aos 13 anos de idade. E desde pequenininha cuidava da casa, dos irmãos e ainda ia para a escola.
Quando completei 13 anos, trabalhei na casa dos "outros" até os 16, 17 anos para ajudar minha mãe.
Depois, eu casei e tive duas filhas, mas fiquei viúva muito cedo (aos 36 anos), e tive que enfrentar a realidade sozinha. Foram poucas as conquistas até hoje, mas muito trabalho. Só que eu sigo e continuo trabalhando.
Como você vê o papel da mulher na sociedade hoje em dia?
Eu acredito que hoje em dia a mulher é o chefe da família, a maioria delas é e já ocupou o lugar do homem. Nem sempre as mulheres têm um marido ou por algum motivo eles não estão presentes e elas têm que ser a chefe de casa.
Como é servir as pessoas, gosta de fazer o que você faz?
Gosto, gosto de fazer café, de trabalhar. Eu sou uma pessoa que gosto ficar na minha, gosto de trabalhar na copa porque é um lugar mais reservado. Não gosto muito de estar em público, pois tenho muita vergonha. Mesmo sendo uma pessoa que conversa e brinca com todo mundo, eu sou tímida. Mas aqui no IFB todo mundo faz por onde nos sentirmos melhor.
Hoje existem pessoas que têm oportunidade e não aproveitam. O que você diria a elas?
Façam algo para melhorar a vida. Não é só esperar a oportunidade vir, a pessoa tem que ir atrás, procurar algo para se capacitar.
Você já fez algum curso de capacitação?
Eu já fiz um curso de pintora aqui pelo IFB, eu sei pintar casa. Mas ainda tenho vontade de fazer um curso de mecânica de automóveis, amo dirigir. Ainda quero fazer aqui no IFB o curso de espanhol ou de inglês, mas de preferência de espanhol porque eu gosto muito.
Sempre quis fazer também o curso de azulejista e de auxiliar de pedreiro.
Mas você pretende trabalhar em alguma dessas áreas?
Não! É para o meu dia a dia mesmo. Como disse, lá em casa eu sou o “homem”, eu que tenho que fazer tudo. Eu sei trocar uma torneira, trocar uma lâmpada, um bocal...
Que mensagem você deixaria para as mulheres que como você acordam cedo, e vão para a lida diária?
Que elas nunca desistam dos sonhos delas. Se existe algo que elas queiram fazer, que vão atrás de seus sonhos, pois um dia irá acontecer.
Mesmo eu com minha idade, procuro fazer o curso que quero: de mecânica, azulejista, pois eu gosto disso.
É importante sonhar e realizar os sonhos. A gente nunca deve desistir. Acho que é um motivo a mais para a gente estar sempre renovando a vida: sonhar e conquistar o sonho. Não fiz nem a metade do que eu ainda quero fazer na vida.
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