Brasília recebeu a 12ª edição do Mesa ao Vivo Brasília
Há doze anos os brasilienses já sabem que agosto é o mês do Mesa ao Vivo Brasília, um evento que integra o circuito nacional da revista Prazeres da Mesa e que passa por diversas capitais, como Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outras.
Este ano, o evento teve como tema principal ‘Cerrado: da teoria à prática’ e contou com a participação dos professores de gastronomia do IFB, Ana Paula Jacques e Breno Oliveira, entre os convidados das aulas-show, além de 10 estudantes de gastronomia, que receberam cortesias para o evento.
O Mesa é um evento muito importante no cenário gastronômico nacional, pois provoca os chefs da cidade a pensarem sobre o futuro da gastronomia naquele local onde acontece o evento, relata a professora Ana Paula Jacques.
“Muito mais que ensinar receitas, nós, chefs que somos convidados para realizar as aulas-show, temos a missão de inspirar os futuros profissionais que estão do outro lado da bancada nos assistindo”, completa. “E este ano o tema do evento foi particularmente provocador, pois como pesquisadora da área de gastronomia, turismo e sustentabilidade, sei do potencial da gastronomia para a valorização do bioma Cerrado e de toda sua sociobiodiversidade. Por essa razão, ao dividir a bancada com o chef Diego Badra, do restaurante Conca, optamos por trabalhar com ingredientes que ficam em segundo plano na gastronomia, a exemplo do jatobá, espécie nativa do bioma, e do cará-moela, considerada uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC). Além desses dois ingredientes, o prato que desenvolvemos juntos também foi uma homenagem à carne de lata, preparo que revela um pouco da história da cozinha dos tropeiros, que é tão importante na região Centro-Oeste. O jatobá é adquirido da Central do Cerrado (www.centraldocerrado.org.br) e o cará-moela no Mercado da Agricultura Familiar.”
O professor Breno Oliveira ressalta a importância da integração do IFB com os chefs da cidade que levam para o evento suas criações e pratos espetaculares.
“Isso — continua Ana Paula — permite uma sinergia bem intensa entre a cozinha, o Cerrado e o público. Assim valorizamos mais nosso bioma e chamamos atenção para seu cuidado, enquanto dele, desfrutamos sabores. Esse foi o caso da criação Aquarela do cerrado, um prato que extrai cores e sabores com ingredientes do bioma.”
“A carne é curada de 10 a 21 dias para adquirir sabor e textura únicos, enquanto que os molhos são feitos com rosmaninho, buriti e coentro, conferindo sabor e um toque particular de nossa terra”, explica o professor Breno.
Os alunos dos cursos Técnico e Tecnologia em Gastronomia do IFB Campus Riacho Fundo que participaram do evento relataram que foi uma oportunidade única poder acompanhar aulas com tantos chefs incríveis e, nas palavras da aluna Andressa Fróis, o conteúdo aprendido vai servir muito para o seu desenvolvimento como estudante, pesquisadora e futura profissional.
Os professores Ana Paula e Breno completam dizendo que nos cursos de gastronomia do IFB Campus Riacho Fundo o bioma Cerrado é transversal aos componentes teóricos e práticos. Além disso, lembram que o campus promoverá em abril de 2023 a terceira edição da Jornada do Conhecimento Sabores e Saberes do Cerrado, já aprovada com recursos do edital de fomento a eventos do IFB.
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