Começam aulas que vão capacitar 200 mulheres para a Construção Civil

O Campus Samambaia do IFB realizou nessa segunda-feira, 23 de abril, a aula inaugural do Programa Mulheres na Construção. Cerca de 200 estudantes participaram do evento de aprendizado. As alunas, que estão matriculadas nos cursos de pintoras e azulejistas, tiveram seu primeiro dia no IFB em um espaço que devem ocupar de forma permanente depois de formadas, uma obra.

Elas foram as primeiras estudantes a usar a nova sede do Campus Samambaia, que ainda está em construção. No auditório improvisado no segundo piso do novo prédio, as dezenas de mulheres conheceram seus professores, verificaram os horários e locais das respectivas disciplinas e foram recepcionadas pelo reitor do IFB, Wilson Conciani; pela agora ex-diretora do Campus Samambaia Conceição de Maria Cardoso; pela nova diretora desse campus Neli Terezinha da Silva; pelo superintende da Superintendência do Centro Oeste (Sudeco), Marcelo Dourado; pelo presidente do Sindicato das Empresas da Construção Civil no Distrito Federal (Sindiscon-DF), Júlio Peres; e pela secretária de Estado da Mulher do GDF, Olgamir Amância Ferreira.

A primeira a falar na recepção às calouras, Neli Terezinha disse que a importância do Mulheres na Construção é tamanha para o IFB, que este curso estava “inaugurando” – mesmo antes de ficar totalmente pronto – a nova sede do Campus Samambaia.

A agora ex-diretora e gestora inicial do Programa, Conceição de Maria Cardoso, se emocionou em seu último evento como dirigente do IFB de Samambaia. Ela contou às estudantes sua experiência pessoal na construção civil e relatou as dificuldades que enfrentou, como mulher, para fazer um curso técnico nesta área e depois a faculdade de Engenharia Civil.

“Meu pai não aceitava que eu fizesse o curso, falava que só tinha homem nas obras. Para que eu pudesse fazer o curso, minha mãe, que sonhava em ser engenheira, foi tentar fazer o curso comigo. Ela não passou na prova, no vestibular, mas eu passei. Virei técnica, depois engenheira, e eu tinha outro sonho, ser professora e virei professora nessa área também”, contou a ex-diretora, que usou a aula inaugural para incentivar as alunas a se dedicarem à capacitação.

A secretária de Estado da Mulher Olgamir Ferreira disse que o Sinduscon-DF vai garantir a igualdade de salários para as mulheres formadas nesse projeto. Ela enfatizou, em seu discurso, a importância da renda para as mulheres e afirmou que a garantia da renda é uma forma de dar mais autonomia e garantir direitos.

Marcelo Dourado, superintende da Sudeco, lembrou que as 200 estudantes do Campus Samambaia são apenas as primeiras a entrarem nesse curso e que outras cinco mil mulheres serão capacitadas. Ele disse também que há, no Brasil, 180 mil postos de trabalho na Construção Civil esperando por trabalhadores.

Futura pintora
A estudante Carmelita Viana da Silva Mesquita, que vai fazer o curso de pintora, disse que, ao sair, do IFB, quer estar trabalhando. Para ela, não importa se o trabalho será como autônoma ou empregada, “eu quero é estar trabalhando”, diz.

Carmelita tem 35 anos e três filhos com idades de 15, 9 e 5 anos. Moradora da Cidade Estrutural, ela optou pelo curso de pintora por já ter “trabalhado” com essa atividade, ao pintar a própria casa. “Se pudesse eu fazia os dois cursos, mas como precisei escolher, eu quis pintura, porque acho que vai ser mais fácil pra mim, porque já fiz isso, fui eu que pintei a minha casa”, conta.

As aulas teóricas devem ocorrer nos Campi Taguatinga Centro e Samambaia. As aulas práticas ocorrerão em obras.

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