Projeto do IFB reutiliza podas de árvores para protótipos
Sustentabilidade é o tema do momento e no IFB as pesquisas e projetos vêm seguindo esse caminho. Um exemplo é o projeto que utiliza podas de árvores e resíduos lenhosos descartados nas áreas urbanas para produção de protótipos e produtos que incentivam a economia circular. Até hoje, já foram utilizados resíduos das espécies guapuruvu, peroba, sucupira, jequitibá, além de eucalipto.
A professora Keila Sanches, do IFB Campus Samambaia, é a coordenadora do projeto que já teve mais de dez bolsistas desde 2020. “Já tivemos bolsistas do Departamento de Engenharia Florestal da UnB, alunos dos cursos do IFB de Design de Produtos e egressos do curso técnico do IFB em Móveis”, explicou a docente.
Até hoje, já foram produzidos produtos de decoração, pequenos mobiliários, objetos de uso pessoal, biojoias, objetos acústicos, tudo isso a partir de resíduos lenhosos. “Estamos produzindo protótipos que trazem uma ideia em relação ao nicho de mercado, avaliando as possibilidades mais rentáveis, que têm potencial de valor mais importante”, disse Sanches.
A ideia desse projeto surgiu em 2017, a partir de pesquisas da professora Keila com linhas de geração econômica para sustentabilidade, de reaproveitamento, de uma melhor potencialidade no uso dos materiais. O projeto é uma parceria com o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) e o Laboratório de Produtos Florestais. “Temos duas linhas de análise do diagnóstico do material lenhoso: nas áreas protegidas ou unidades de conservação, quando o Ibram nos auxilia, e nos descartes nas áreas públicas abertas, onde obtivemos dados junto à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Já a parceria que trata de questões tecnológicas, da análise de dados, temos com o Laboratório de Produtos Florestais”, detalhou.
O projeto tem o objetivo de trazer a ideia de potencialidade do material lenhoso que é produzido por operações de manutenção e manejo oriundos de árvores do DF, além de resíduos lenhosos descartados nas áreas urbanas. O enfoque principal são as podas, onde se tem maior volume.
A coordenadora explica que este é um ramo de pesquisa com diversas lacunas e perguntas a serem feitas. “Estamos estudando alternativas de uso, informações relacionadas a questões quantitativas e qualitativas desses resíduos. Além disso, também focamos no potencial socioeconômico, na geração de renda, a fim de subsidiar políticas públicas para o desenvolvimento sustentável propriamente dito, da economia circular”, relatou a docente.
O projeto foi aprovado pela Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP/DF) em 2018, mas teve início somente em janeiro de 2020 devido ao atraso no repasse da verba, depois surgiu a pandemia, e somente em 2021 as atividades começaram a ser executadas em campo. “Estamos na fase da execução dos protótipos, temos alguns finalizados e outros em análise, o projeto vai ser finalizado em dezembro. Já publicamos algumas pesquisas sobre o projeto, agora vamos fazer publicações mais robustas”, finalizou Sanches.
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