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Em jornada literocultural, professora do IFB percorre do caminho do sertão

Criado: Terça, 04 de Agosto de 2015, 12h34 | Publicado: Terça, 04 de Agosto de 2015, 12h34 | Última atualização em Quarta, 05 de Agosto de 2015, 08h23 | Acessos: 2515

A professora do Campus Samambaia do Instituto Federal de Brasília (IFB) Rosa Amélia aproveitou o mês de julho para fazer um programa diferente. Ela juntou-se ao projeto “O Caminho do Sertão”, que tem como proposta refazer parte do caminho percorrido por Riobaldo – personagem central do livro Grande Sertão: Veredas – rumo ao Liso do Sussuarão.

Foram 160 km a pé, pelo Norte e Noroeste de Minas Gerais, passando por comunidades de geraizeiros onde se encontram folias de reis, mestres e mestras de tradição oral.

A caminhada durou 7 dias, de 04 a 12 de julho. Durante a caminhada, os participantes realizaram uma jornada socioambiental e existencial pela diversidade do cerrado mineiro.

Na ocasião, Rosa Amélia teve a oportunidade de divulgar a sua pesquisa de doutorado, intitulada “Nesta água que não para: leitura de João Guimarães Rosa no Vale do Urucuia”, que diz respeito à formação do leitor literário na região do Vale do Urucuia e à assunção do leitor urucuiano acerca da sua territorialidade.

Num dos pontos de apoio aos caminhantes, durante a travessia pelo sertão mineiro, a professora realizou uma oficina de leitura do conto de João Guimarães Rosa "A Terceira Margem do Rio", à beira do Ribeirão da Areia, um dos cenários descritos pelo escritor no romance Grande Sertão: Veredas. Para desenvolver a oficina, ela aplicou a estratégia de mediação de leitura, cuja denominação, em sua tese de doutorado, é “ciranda dialógica de leitura”.

Pressupondo a sala de aula, em que se aplicam textos e se desenvolvem leituras, a estratégia da ciranda, como mediação de leitura, vale-se da força da coletividade. Assim, considera-se, no processo de leitura em grupo, que todas as vozes são importantes para a construção dos sentidos do texto. O professor, nesse sentido, é o responsável por encaminhar as reflexões, esclarecendo dúvidas e pondo em cheque alguns apontamentos e por conduzir o leitor, por meio de perguntas, à compreensão das ideias do texto, tendo este como limite no processo de interpretação. Durante a caminhada, a professora desenvolveu a estratégia de mediação de leitura, que aplica em sala de aula, com os caminhantes às margens de um ribeirão e ainda visitou algumas escolas para falar da importância da leitura e do letramento literário. A experiência foi bastante gratificante e demonstra a assertiva de João Guimarães Rosa de que “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.

O projeto “O caminho do sertão – de Sagarana ao Grande Sertão Veredas: pelo cerrado e suas culturas, de pé”, idealizado pelo senhor Almir Paraca, realizado com o apoio do instituto Rosa e Sertão, do Cresertão, da Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Rio Urucuia, conta com o apoio financeiro do Estado de Minas Gerais. O idealizador tem como meta transformar o projeto em uma rota permanente de turismo rural de base comunitária.

Foto de Paulo Ozanan.

 

 

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