Brasília e São Sebastião unidos contra o preconceito
O Campus São Sebastião recebeu os representantes do Campus Brasília para realizar mais um “IFB Debates”. Para marcar as comemorações e luta durante as atividades voltadas para celebrar a Consciência Negra, o campus escolheu o tema: “Religiões de matriz africana: racismo, violência e perspectivas de enfrentamento”.
O convite partiu da professora Maria Del Pilar Tobar, coordenadora do projeto de extensão "Árvore das palavras" em São Sebastião. Para ela, é necessário trazer para o ambiente acadêmico para o debate sobre saberes de outras matrizes, e explica o porquê: “A escola é o espaço em que podemos cultivar saberes plurais, instrumentos por meio dos quais é possível transformar a realidade social. O racismo religioso é um dos vetores de violência do Estado e da sociedade profundamente desiguais em que vivemos, e trazer o debate para o ambiente acadêmico pode, efetivamente, combater a ignorância que está na base de toda sorte de preconceitos.”
Participaram dos debates a Ialorixá Dora Barreto com o tema “Candomblé: tradição e resistência”, uma narrativa sobre a resistência como forma de vida. A socióloga Janaína Bittencourt, representando a entidade Juventude de Terreiro, falou sobre uma das faces do racismo, a “Insegurança Alimentar dos povos de Matrizes Africanas”. A advogada Elaine Quirino que compõe a comissão da Liberdade Religiosa na Ordem dos Advogados do Brasil/DF falou sobre “O sistema jurídico e o racismo religioso”, uma reflexão acerca da persistência da violência contra pessoas de religiões de matrizes africanas e afrobrasileira. Finalizando o painel, o Babalorixá Joel de Osagiyan, representando o ponto de cultura “Ação e tradição do Ilê Ase Eiyle Ogê Ase Osumarê”, falou sobre tolerância, respeito, convivência e alteridade, uma reflexão sobre a necessidade de um olhar solidário e do respeito às pessoas que vivem, sentem ou pensam diferente de nós.
Segundo Larissa Ferreira, coordenadora de Cultura, Sustentabilidade, Gênero, Raça e Estudos Afro-Brasileiros do Campus Brasília, “É preciso propor mais ações entre campi, notadamente pautando temas que são pouco discutidos. Na prática, não há uma grande abertura para a realização de projetos educacionais sobre a cultura afro-brasileira e as questões que estão diretamente ligadas a ela, como o racismo estrutural, por exemplo."
Veja mais fotos da atividade no Flickr do IFB.
Fotos: Sinara Bertholdo/UnB.
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