Projeto Quitanda do IFB encerra atividades do ano
O projeto Quitanda, organizado pelo Núcleo de Estudos Agroecológicos do IFB/Campus São Sebastião em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, encerrou as atividades deste ano com uma cerimônia de agradecimentos e reflexões na tarde desta quinta-feira, 14 de dezembro, no auditório do campus. Agora as atividades estão programadas para serem retomadas em fevereiro de 2018.
Representante do Grupo de Pesquisa “Educação em Ciência”, Profa. Vera Lúcia, foi a mestre da cerimônia, passando a palavra para a Profa. Luciana Brandão, diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campus São Sebastião que deu as boas-vindas ao público formado por alunos, professores e principalmente comunitários da região.
Parcerias
A Coordenadora do NEA, Profa. Laura Brant, fez um balanço das ações do Núcleo e, em especial do Projeto Quitanda IFB. Ela destacou o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, que auxiliou com bolsas e materiais, e da Horta Girassol, empresa parceira das iniciativas. “Como nossa pesquisa é aplicada, partimos sempre da pergunta – o que a comunidade precisa”, disse.
As oficinas, ações comunitárias, eventos e pesquisas para inovações em parceria com outros campi do IFB foram lembradas com imagens e citações. Sobre o projeto Quitanda, Profa. Laura contou que nasceu após a I Jornada Agroecológica de São Sebastião – diálogo entre campo e urbano, ação que aconteceu no início do segundo semestre deste ano.
Ivan Marques de Castro, gerente do escritório da Emater em São Sebastião também apresentou um breve relato e destacou a cooperação técnica assinada esta semana com o IFB para fortalecer as ações já iniciadas.
Mesa-redonda
O evento contou ainda com diálogo sobre o tema “O que falta para termos mais orgânicos em nossa mesa?” com a mediação do Prof. Robson Caldas.
O presidente da Emater-DF, Roberto Carneiro, disse que hoje há 59 feiras orgânicas no Distrito Federal e 20 grupos de CSA (Comunidades que Sustentam a Agricultura) e realizam a compra de cestas diretas com os agricultores.
Claudimir Sanches, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), falou sobre o reconhecimento das Organizações de Controle Social (OCS). E o pesquisador da Embrapa – Hortaliças, Nuno Rodrigo Madeira, trouxe depoimentos do sucesso de quem investe em plantas tradicionais. “Chamam de PANC (Plantas Alimentícias Não-Convencionais), mas eu prefiro chamar de Tradicionais. Se hoje são chamadas de PANC é porque o mercado passou a querer que tenhamos os mesmos produtos o ano inteiro, não respeitando as sazonalidade e reduzindo a diversidade do que temos”, disse, exemplificando ainda situações mercantilistas que nos fazem importar alimentos de outros países sendo que os temos aqui, como o tomate camapu, que hoje muitos supermercados importam da Colômbia e o Hibisco, flor comum no Brasil, e famosa no mundo inteiro, além de alimentos tradicionais rico em nutrientes como o inhame, a moringa e a capuchinha.
O produtor certificado da Ecocert São Sebastião, Marlúcio João, também participou do debate contando como ele e seus seis irmãos começaram há 15 anos se estruturarem como produtores agroecológicos em Brasília. “No início a dificuldade era ter produção e não ter onde vender e hoje é ao contrário, a demanda é maior. Não tenham medo de produzir. Participar de um CSA é um bom começo”, aconselhou.
Avaliação
Enquanto o evento acontecia no auditório do Campus São Sebastião, a última Quitanda do IFB do ano estava no pátio do campus. Senhor Valdino José Pereira, produtor há 15 anos na região, era um dos que agradeceram a parceria. “Melhorou muito a venda para nós”, testemunhou. “É muito legal participar, é próximo a nossa casa e nos ajudou muito”, comentou também a senhora Maria Conceição Rosa, do movimento Agricultores Familiares Associados – AFAL do Liberdade Assentamento 15 de Agosto.
Para a coordenadora da ação, Profa. Vera Lúcia, foram muitos os ganhos do projeto. “Nós aprendemos todos os dias com eles. É uma troca de conhecimentos e um aprendizado-mútuo”, finalizou, reforçando o convite para que todos participem a partir de fevereiro de 2018.
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