Socioeducandas da Unidade de Internação em Santa Maria são público-alvo de projeto de extensão do IFB São Sebastião
Na última quinta-feira (25), o Campus São Sebastião do Instituto Federal de Brasília (IFB) iniciou o projeto de extensão "Entre plantas que curam e poesias que libertam, vou reescrevendo minha história", na Unidade de Internação de Santa Maria (UISM). As atividades são coordenadas pela professora de Espanhol do IFB São Sebastião Letícia Ribeiro.
O projeto tem como finalidade proporcionar às adolescentes socioeducandas momentos de vivências e aprendizados, por meio de oficinas de cuidado, autocuidado, rodas de leituras e criatividade literária, conhecimentos relacionados ao plantio e cultivo de ervas medicinais, suas propriedades e utilização no cuidado feminino e na saúde da mulher.
“Nosso intuito é fazer com que elas adquiram as habilidades necessárias para o plantio e cultivo orgânico de ervas medicinais e capacitá-las na utilização dessas ervas para o autocuidado e para a fabricação de produtos de higiene pessoal, como uma maneira de se inserirem no mundo do trabalho durante o período de ressocialização”, detalhou a coordenadora do projeto.
Também estão programadas, ao longo do projeto, oficinas literárias com poesias de autoras brasilienses e uma oficina de escrita criativa com a escritora Meimei Bastos, na qual as participantes poderão escrever suas próprias histórias.
Letícia Ribeiro explica que o projeto nasceu há pouco mais de dois anos, por meio do Programa de Extensão Gênero e Educação Popular, quando foi desenvolvida uma oficina de criatividade literária com as adolescentes que cumpriam medidas socioeducativas na UISM.
O projeto conta com o auxílio de uma bolsista do curso de Pedagogia e mais quatro voluntárias, sendo duas estudantes do curso de Letras e duas egressas do curso de Viveiricultora. Os conhecimentos específicos sobre as propriedades, utilização e manipulação das ervas serão ministrados por Josefa Francisco Ataídes, que é referência na cidade de São Sebastião por seus saberes de erveira e por seu engajamento social na região.
Para Alessandra Teixeira, estudante de Letras e voluntária do projeto, há muita expectativa na execução desse projeto. “Esta é uma grande oportunidade de colocar em prática os conhecimentos que adquiri desde que entrei no IFB. Além disso é uma forma de devolver o que as mulheres da comunidade sempre me deram: abraço, consolo, dedicação, amor e poesia", salientou.
Já de acordo com Talita Estevam, também estudante de Letras e voluntária do projeto, práticas educativas libertadoras proporcionam a transformação social e trazem esperança às pessoas que se sentem aprisionadas. As atividades serão desenvolvidas durante oito meses, sendo quatro na Unidade de Santa Maria e outros quatro meses na Unidade de Semiliberdade Feminina do Guará.
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