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Alunos montam projeto de cooperativa de vestuário

Criado: Quinta, 28 de Fevereiro de 2013, 10h28 | Publicado: Quinta, 28 de Fevereiro de 2013, 10h28 | Última atualização em Quinta, 05 de Dezembro de 2013, 10h22 | Acessos: 3802

 

 

Alunos do curso técnico em Vestuário do Instituto Federal de Brasília estão montando uma cooperativa que deve expandir o mercado da confecção em Brasília, principalmente na região de Taguatinga e Ceilândia.

 

O curso, que tem duração de um ano e meio, já está formando sua primeira turma. São 19 alunos envolvidos com a cooperativa. Na grade curricular acontecem as aulas práticas em cinco laboratórios. Alguns deles são de corte e modelagem e pesquisa de moda, havendo também a parte da tecnologia da confecção, que acompanha a linha de produtos, e a parte da criatividade aliada à produção do vestuário.

 

O projeto da cooperativa já teve sua terceira reunião. Segundo a coordenadora do curso, Camila Fonseca, é um projeto de extensão e pesquisa aplicada.

 

“Está acontecendo esse embrião que é a primeira cooperativa do Instituto Federal de Brasília, por iniciativa dos próprios alunos. Temos o apoio do curso técnico em Cooperativismo do Campus Gama. Eu vejo que essa cooperativa vai abraçar vários outros laboratórios. Não será a cooperativa apenas do vestuário. Ela passa pela produção de modas, área de lavanderia, consultoria, de planejamento de coleção, enfim são vários outros laboratórios que vão surgir a partir desta cooperativa”, frisa a coordenadora.

 

Ela ainda acrescenta que o mercado do DF para moda e vestuário ainda está se iniciando. “Nós não temos grandes confecções; existem algumas empresas que ainda estão trilhando esse caminho.  Nossos alunos serão, então, os possíveis empreendedores e irão levar também o nome do Instituto por terem sido qualificados aqui”.

 

Segundo a Pró-Reitoria de Extensão, um edital em pesquisa e extensão deverá contemplar esse projeto. O edital deve sair em maio e o valor aproximado para investimentos deve ser de R$ 200 mil.

 

“Temos uma lei que nos permite trabalhar com inovação. Já tínhamos também, em outros campi, essa demanda, além da ideia da pró-reitoria de fazer uma pesquisa aplicada e extensão tecnológica; dessa forma nós casamos todas essas ações. Para consolidar isso, juntamente com a Pró-Reitoria de Pesquisa, a Pró-Reitoria de Extensão vai lançar um edital que tem intenção de valorizar a pesquisa aplicada e a extensão tecnológica, ou seja, as empresas juniores, as empresas incubadoras de cooperativas. O projeto tem tudo para ser aprovado porque é um projeto multicampi, envolve professores, técnicos e alunos. Então a chance de ele ser contemplado neste nosso edital é total”, comenta o pró-reitor do IFB Giano Copetti.

 

Outra ação que está em andamento para a cooperativa de vestuário é a da Cidade Digital, onde será construído um prédio, local que abrigará todas as incubadoras do IFB e as empresas juniores. A iniciativa pretende dar uma assistência técnica às empresas que já estão no DF e fazer com que a produtividade regional alavanque.

 

Os alunos contam que a ideia de empreendedorismo do grupo era algo em comum entre eles; então, ao final do curso, pensaram na cooperativa.

 

“A experiência está sendo bastante positiva, porque aqui no ambiente acadêmico nós estamos tendo todo o conhecimento técnico profissionalizante na área do vestuário e isso abrange diversas áreas, tendo a parte de modelagem, do corte, enfesto, estudamos a parte de produção de moda e a parte prática que é a costura diretamente na máquina. Então tudo isso nos levou a ter um anseio de formarmos uma cooperativa. Todos tínhamos esse lado empreendedor, e todos abraçaram essa ideia. Com isso temos um horizonte ampliado, muita coisa que podemos explorar; é uma iniciativa de inclusão social e econômica”, fala a aluna Suzete Cunha, que é uma das integrantes da cooperativa de vestuário.

 

As alunas do curso já solicitaram também um espaço na torre de TV, em que há uma feira, como também solicitaram ir a São Paulo para o Fashion Week, visando adquirir novos conhecimentos na área para levar a experiência para a cooperativa.

 

“Moda é o nosso negócio; então tudo o que você imaginar que seja ligado a moda passa pelo projeto, desde o vestido até a parte de produção de moda, que é a fotografia, maquiagem. Nossa cooperativa pretende atender a uma demanda do mercado não só para o consumo, mas também de consultoria. A cooperativa deve preencher esse vácuo do mercado. Ela vai funcionar num regime de departamentalização, em que cada um vai ficar responsável por um produto. Então, teremos desde a moda praia até a alta costura. Nós queremos também atender à demanda da comunidade, que já tem aquelas profissionais práticas, mas que não estão inseridas no mercado de trabalho e ficam em casa fazendo barra, mas que já têm um conhecimento de muito tempo; então queremos aproveitar essa mão de obra”, fala Vilma Cunha, aluna do curso técnico em Vestuário.

 

De acordo com as integrantes, no primeiro momento a cooperativa vai funcionar com as alunas do IFB, que serão capacitadas durante dois anos. Após a conclusão do curso elas entram na cooperativa. Em seguida irá atender essas profissionais práticas, que também poderão ingressar na cooperativa.

 

“Essa é uma forma de contribuirmos para a sociedade, de maneira mais abrangente. Não devemos pensar no mercado como acontece nas instituições de ensino convencionais, que focam o mercado local e acadêmico. Aqui nós pensamos que a comunidade acadêmica pode contribuir com a comunidade de um modo geral. Então é isso, queremos unir forças do mundo acadêmico com forças governamentais e o público final, para que seja em benefício de toda a comunidade”, explica com entusiasmo a aluna Vilma.

 

A direção do IFB de Taguatinga também está envolvida com o projeto. Na primeira reunião, professores do curso de Cooperativismo do Campus Gama foram até as alunas do projeto, para que elas tivessem não só um conhecimento sobre cooperativismo, mas entendessem o cooperativismo dentro da área em que elas querem atuar.

 

“A iniciativa de formamos uma cooperativa e de trabalharmos com este projeto por meio de incubadoras começou aqui no Campus Taguatinga com as meninas do Vestuário. Nós, do corpo docente, estamos empolgados por ser a nossa primeira experiência e do Instituto. E a nossa função enquanto IFB é qualificar os trabalhadores para o mercado de trabalho, independentemente de onde eles forem trabalhar, e esperamos que através desta, outras possam surgir. Temos um interesse grande em incentivar toda forma de associativismo, em especial o cooperativismo”, fala o diretor-geral do Campus Taguatinga do IFB, Elcio Paim.

O IFB, na área do vestuário, já realizou outros projetos na área de confecção, sendo que um deles trabalhou com a reciclagem. Nesse projeto foi montado um vestido de noiva com canudos e copos.

 

“Vejo Flores em Você”

 

O projeto foi desenvolvido com as costureiras e os artesãos da estrutural, onde elas já fabricavam produtos e acessórios com material reciclável. O tema de inspiração desse projeto foi referente a noivas que fizeram sucesso na TV brasileira. No final, foi realizado um desfile com oito noivas.

 

Fonte e fotos: Patrícia Costa- Canal Cooperativo.

 

 

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