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Série Mulheres Reais IFB: atitude e sensibilidade na pesquisa e na extensão

Criado: Sexta, 20 de Março de 2020, 16h54 | Publicado: Sexta, 20 de Março de 2020, 16h58 | Última atualização em Sexta, 27 de Março de 2020, 16h53 | Acessos: 1566

 A série Mulheres Reais do IFB também passa pela história de mulheres que se envolvem em importantes pilares dentro da missão do Instituto Federal de Brasília. Considerando a importância das atividades de Pesquisa e Extensão no IFB, vamos conhecer melhor a rotina da pesquisadora e extensionista Veruska Ribeiro Machado, que atua hoje no Campus Taguatinga.

 

 

Mulher múltipla em aprimoramento constante

Nascida em Brasília, na década de 70 e representante da primeira geração da capital, Veruska Ribeiro Machado conta um pouco sobre sua intimidade e, em como se sentia por ser uma das únicas estudantes nascidas na cidade. "Sempre me incomodou muito a falta de vínculo que as pessoas demonstravam com a capital. Era muito comum ouvir que Brasília não tem identidade. Eu sou brasiliense, tenho minhas raízes fincadas nesse espaço, no Cerrado."

Além de Brasília e do cerrado, outra paixão que aflorou desde a mais tenra idade foi a leitura. "Sempre fui uma leitora ávida. Quando criança, lia tudo que estivesse a meu alcance, apesar de, em minha casa, não haver muitos livros – havia a bíblia, histórias ilustradas da bíblia e uma enciclopédia infantil da Vila Sésamo".

A paixão por livros se intensificou no ensino médio, quando passou a ter contato com uma diversidade maior de leituras. Também no ensino médio começou a reconhecer os desafios de ser mulher em nossa sociedade.

"As opressões a que as mulheres estão diariamente submetidas pouco a pouco foram ficando muito evidentes para mim. O mal-estar de viver em uma estrutura opressiva me levou a mais leituras e, quando tinha 16 anos, li um livro que foi o pontapé inicial para minha luta contra os diversos tipos de violência contra a mulher: Um amor conquistado – o mito do amor materno, de Elizabeth Badinter”.

As leituras a constituíram como sujeito e, dessa forma, estava muito claro que seguiria seus estudos optando pelo curso de Letras. "Nunca me arrependi da escolha. Foi minha primeira opção e escolheria de novo o mesmo curso. Queria trabalhar com textos. Inicialmente, trabalhei como revisora de textos. Quando ainda estava na graduação, comecei a trabalhar em cursinhos pré-vestibulares. Foi então que me apaixonei pela sala de aula e dela nunca mais saí: atuei em pré-vestibulares, ensino fundamental, ensino médio, licenciaturas, pós-graduação", conta.

Quando esteve no doutorado, para conseguir fazer sua pesquisa, revolveu prestar concurso para o Ministério da Educação e lá atuou durante 5 anos como técnica e, em paralelo, atuava como professora horista em algumas instituições de ensino no período noturno. "A docência foi uma escolha. Preparei-me para isso e me preparo continuamente para o exercício da minha profissão", afirma.

 

Sobre os desafios e projetos para mulheres e jovens

"Acredito em uma educação transformadora, que faça diferença na vida de cada uma e, cada um, daí tiro forças para continuar. Envolvo-me nos projetos nos quais acredito e, desde em que cheguei ao Instituto, sempre estive envolvida em ações que envolvem a formação dos professores. Essas são iniciativas de extrema relevância para a revolução na educação esperada por todos", afirma.

 A professora também concorda e cita a pesquisadora Vera Candau (2013) acerca da relevância da educação na formação de professores.  “......que haja em nossas sociedades uma cultura dos direitos humanos que penetre nas diversas relações sociais, nas mentalidades dos diferentes grupos e nas subjetividades de cada um de nós”.

Veruska atuou também no Campus Samambaia, envolvida com a complementação pedagógica em educação profissional. No entanto, seu trabalho com a formação no IFB consolidou-se no Campus Taguatinga, onde atua nas licenciaturas em Computação e em Física. Com esses estudantes, diz aprender diariamente.

"Já desenvolvemos projetos relacionados ao ensino de computação para crianças e jovens. Desenvolvemos também atividades pedagógicas interdisciplinares – computação e física - no âmbito da residência pedagógica. Nesse programa, oferecemos um curso FIC de letramento digital para pessoas idosas e, nessa turma, tivemos também a grata presença de pessoas com deficiência visual. Além das licenciaturas, atuo no mestrado em educação profissional, orientada pelos mesmos princípios".

Em seu percurso destaca ainda as ações desenvolvidas no âmbito do projeto Multiletramento, que tem como objetivo definir bases conceituais e teórico-metodológicas para a formação de professores na área de códigos e linguagens na perspectiva dos multiletramentos. "Esse projeto é intercampi e conta com a participação de professoras e professores da área de códigos e linguagens. Sua coordenação é feita conjuntamente pelas professoras Julie Kellen (Riacho Fundo), Micaela Tourne (Ceilândia), Rosa Amélia (Brasília) e por mim (Taguatinga)", menciona.

Sua luta diária na formação de professores é por uma grande bandeira: "A educação em e para direitos humanos e o reconhecimento da diversidade presente na educação".

Além desses projetos, os demais em que está envolvida estão relacionados a essa preocupação com os direitos humanos no contexto institucional. "Por isso as atividades que já desenvolvi envolvem temáticas como gênero, diversidade sexual, relações étnico-raciais", cita.

A preocupação com o empoderamento das mulheres está presente em muitos projetos, entre eles, a pesquisadora destaca dois de pesquisa: Formação de “Mulheres em Ciências e Tecnologia: desafios e possibilidades” (bolsista: Ana Clara Cedro – Bacharelado em Computação), que teve como um dos objetivos incentivar a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas; e “Empoderamento feminino e literatura” (bolsista: Aristeia Mesquita – Proeja).

"Neste último, todas as aulas no curso Técnico em Artesanato integrado ao Programa de Jovens e Adultos - Proeja se envolveram na pesquisa, que compreendeu etapas como o levantamento dos tipos de violência vivenciados por mulheres da comunidade; a sistematização dos tipos de violência; a análise de textos literários selecionados relacionando-os aos tipos de violência sistematizados; a produção de poesias que incentivassem a ampliação da autoconfiança, da autoestima e da identidade própria das mulheres para que exerçam controle sobre suas relações pessoais e sociais; a identificação de estratégias de divulgação das produções literárias na comunidade; o desenvolvimento de produtos artesanais a partir da produção de poesias e; o estímulo do desenvolvimento da economia criativa", detalha.

Veruska ainda afirma que as alunas do Curso Técnico em Artesanato sempre foram parceiras no desenvolvimento de todos os projetos. "São mulheres com quem aprendi inúmeras coisas sobre a vida", reflete.

Mais recentemente, em 2020, ela se envolveu no Projeto “Steam – Power for Girls”, fruto de uma parceria entre o IFB, a UnB e a Embaixada dos Estados Unidos. O projeto envolve formação para 100 meninas de ensino médio de todos os campi do IFB. As atividades envolvidas no projeto permitem que as estudantes: resolvam problemas em uma perspectiva interdisciplinar; estejam no centro do processo cognitivo e exerçam a colaboração, aprendendo umas com as outras.

 

 

Inteligência emocional x Propósito

Mas afinal qual é o segredo e a dica profissional e pessoal desta mulher para os jovens ingressarem com segurança no mundo do trabalho?

"Creio que é muito importante acreditar no que se faz. Desenvolver habilidades cognitivas e práticas é essencial, mas a relevância das habilidades socioemocionais não pode ser desconsiderada".

 

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Confira matéria anterior da série clicando abaixo: 

Confira a história de aluna autista do Campus Riacho Fundo

Confira a história da técnica agropecuária do Campus Planaltina

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