Mesmo com a diversidade de alimentos desenvolvidos para facilitar a vida do consumidor, como enlatados, congelados e pratos semiprontos, a procura por alimentos orgânicos tem ganhado destaque.
Dados do Projeto Organics, divulgados pelo Portal Dia de Campo, mostram que em 2010 o setor dos orgânicos movimentou mais de R$ 350 milhões, o que representa um crescimento de 40% das vendas em relação à 2009. A expectativa é que o número aumente este ano e dobre com a chegada da copa de 2014.
O curso gratuito ofertado pelo IFB, de Tecnólogo em Agroecologia, oferecido no Campus Planaltina, é uma boa aposta de mercado para estudantes interessados nas profissões ligadas à economia rural. Com duração de três anos, essa possibilidade de formação está diretamente ligada às preocupações ambientais em discussão na atualidade.
Prática discente
O IFB forma esses tecnólogos para que sejam capazes de planejar, analisar, executar e monitorar sistemas de produção, processamento e comercialização agropecuária. Esse trabalho deve ser realizado considerando os princípios de sustentabilidade econômica, ambiental, social e cultural de modo integrado.
O profissional é capacitado para promover o manejo sustentável e a recuperação de ecossistemas e agroecossistemas, bem como a conservação e preservação dos recursos naturais no bioma do Cerrado. Ele estará apto para atuar em propriedades rurais, cooperativas, associações, movimentos sociais, órgãos governamentais e não governamentais além de outras organizações.
O estudante do 1º semestre da Agroecologia do IFB, Pedro Henrique Machado, conheceu o curso através de amigos e procurou garantir sua vaga por meio do processo seletivo. Para ele, a agroecologia é uma nova ciência, que ainda está abrindo caminhos.
“É importante trabalhar com a agroecologia e usá-la como ferramenta de atuação social em produção de alimentos, como uma modificação de todo esse contexto rural. Gostaria de ir a campo e poder passar o conhecimento, comprovar que agroecologia funciona, que utilizando sistemas de consórcios mais complexos, realmente produz-se mais e ainda ajuda a cicatrizar o solo. Os benefícios são diversos, o grande desafio é a mecanização para larga escala”, explica Pedro.
Mudanças de pensamento
A professora Elisa Pereira Bruziguessi, que dá aulas de Agrossistemas Brasileiros e Bioma do Cerrado no curso de Agroecologia do IFB Planaltina, afirma que o mercado tem se atentado a essa nova demanda. “Eu acredito que esse seja um mercado promissor. Existe uma grande demanda, tanto mundial quanto local, para os profissionais que estejam preocupados com todas essas questões ambientais relacionados com a questão de uma agricultura mais sustentável e menos impactante, que gere alimentos mais saudáveis. A própria população e os agricultores exigem isso e o mercado está se atentando a essa questão”, afirma a pesquisadora.
Mas nem toda produção orgânica é considerada agroecológica, explica a coordenadora do curso, Júlia Eumira Gomes. “Além dos produtos orgânicos, a gente tem que se preocupar também com a questão social da população que está trabalhando na produção. Nós temos que saber que tipo de alimento seria importante essa família ter, para seu auto sustento e, além disso, ela poder ter uma renda”, diz Julia.
Existe ainda a questão ambiental, que é a produção sem defensivos agrícolas, adubos químicos e há, também, a tentativa de organizar a questão produtiva da área, da forma mais natural possível. A coordenadora do curso explica que a monocultura, por exemplo, por mais que seja orgânica não poderá ser considerada agroecológica.
O curso
A Tecnologia em Agroecologia do IFB abre 40 vagas por semestre.
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