Série Mulheres Reais IFB: Não é “apesar de ser mulher”, é “por ser mulher que eu consigo”
A série #MulheresReaisIFB encerra-se com a história da diretora-geral do Campus Brasília, Patrícia Albuquerque de Lima, falando sobre sua perspectiva de ser atualmente a diretora do maior campus do IFB.
Ela é apaixonada pelo o que faz e deixa isso bem claro. Não é preciso de muito, basta observar o brilho em seu olhar quando fala sobre os impactos positivos da educação: “Educação para mim é o que dá dignidade, faz com que a pessoa se sinta realmente empoderada no sentido do que ela é capaz, que ela pode” , disse em entrevista.
Patrícia tem 44 anos, é mãe, formada em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela Universidade Católica de Pelotas, mestra em Administração pela UnB, foi professora de Inglês, depois professora na área de Turismo no IFB e agora é a única mulher a assumir atualmente a direção de um dos 10 campi da instituição. Antes de ser tudo isso, ela era uma jovem que falava que nunca seria professora, mas amava dar aulas particulares para suas vizinhas mais novas que tinham dificuldades de aprendizado. “Depois que eu percebi que a educação para mim sempre foi uma vocação, eu entrei nesse meio e não parei mais,” conta.
A diretora encerra a série “Mulheres Reais IFB”, que durante todas as semanas do mês de março publicou uma reportagem sobre diferentes servidoras e estudantes que fazem do IFB um lugar de representatividade feminina com dedicação, amor e coragem. Foi escolhido especialmente o mês de março para essa série devido à comemoração do Dia da Mulher, que foi no dia 8 deste mês. Buscamos representar todas as meninas e mulheres do IFB, através das histórias dessas personagens.
Hoje o IFB tem uma reitora no comando, a Profa. Luciana Massukado, e dos dez campi do IFB, apenas um tem hoje uma mulher na direção, e por isso que Patrícia foi indicada para fechar a série com chave de ouro. Eleitas, elas representam o feminino à frente da Gestão do IFB.
O Campus Brasília, do qual Patrícia é diretora, tem o maior número de estudantes e servidores. Lidar com toda essa responsabilidade a tem ensinado, segundo ela, o significado da palavra resiliência: “Parece que tem uma exigência maior, aquela coisa de: ‘será que ela vai dar conta desse negócio? Eu sinto que tem um pouco disso, mas não me atinge”, conta a diretora. “Eu tenho aprendido a ser resiliente, a recuar, a mudar a perspectiva.”
Essa representatividade importa? Sim, e muito! A cada geração que passa, mulheres e meninas têm feito a diferença pelas gerações que ainda virão. Com sua experiência como professora e agora diretora, Patrícia observou essa mudança “Hoje eu vejo o quanto as meninas estão se posicionando, elas mostram para quê vieram, elas sabem dos seus direitos, elas reivindicam e isso é ótimo!”, conta ela.
A educação é, com certeza, uma das maiores armas para que essa, e mais evoluções, continuem firmes. Patrícia enfatiza isso falando sobre o poder da educação para a autonomia: “Ao receber educação a pessoa vira protagonista da própria história, sem necessidade de alguém dizer para ela o que ela precisa fazer.” A diretora ainda deixa um recado para todas as meninas e mulheres que precisam entender que o fato de ser mulher nunca pode te impedir de nada: “Não é falar o “apesar de ser mulher, eu consigo fazer isso...”, é “por ser mulher que eu consigo”.
IFB em números
Estatisticamente, atualmente o IFB possui 341 técnicas administrativas e 335 docentes, além de um corpo de alunas de mais de 10 mil discentes. No IFB, podem ser ressaltados ainda projetos de ensino, pesquisa e extensão voltados para mulheres, assim como cursos de formação continuada e eventos voltados exclusivamente a esse público.
Desde o início de sua atuação, o IFB promove ações de promoção da equidade e combate à violência contra a mulher, tendo sido a instituição da Rede Federal a abrigar a coordenação nacional, por exemplo, do Programa Mulheres Mil, que com uma metodologia especial promovia cursos de formação inicial e continuada especificamente para mulheres abordando também ações de direito, saúde, autoestima e empoderamento feminino.
Outras atividades foram além dos muros da instituição, sendo ofertadas em regiões como a Cidade Estrutural. Uma delas foi a “Tertúlia Literária Dialógica”, que chegou a virar método e livro (Editora do IFB/2015) e envolveu vários campi do IFB.
O curso de Viveiricultora (Campus São Sebastião) é um exemplo de uma atividade continuada que tem um olhar especial para o feminino no campo. Já o Campus Brasília promove há uma década o SER Negra - Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça. E tem projeto com as mulheres na construção civil (Campus Samambaia), além de colóquios como o Contos de Luas e Lutas dos Saberes Femininos, concurso de redação IFB pela vida das mulheres, projetos com mulheres em situação de rua e curso de doulas.
Na área da Pesquisa, o IFB coordenou o projeto Meninas na Ciência, que em 2018 reuniu em duas oportunidades estudantes de todas as instituições do País que formam a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnologia com o desafio de que elas, em equipes, criassem protótipos de equipamentos que pudessem ser utilizados em salas de aulas para auxiliar estudantes do Ensino Médio nas áreas de Química, Física, Matemática e Biologia. E, este ano, 100 meninas dos 10 campi do IFB estão participando do Steam Power for Girls, promovido pela Embaixada dos Estados Unidos em parceria com o IFB e a UnB.
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